Fica como TPC, senhora ministra
Convidado principal à cerimónia do dia dos heróis no Quénia, João Lourenço lançou um “pó de ninja” no final da semana passada. Chegado a Nairobi na quinta-feira, para no dia seguinte participar do evento queniano mais importante, o chefe de Estado simplesmente não apareceu, tendo delegado o ministro das Relações Exteriores em seu lugar, este que também não se dignou a justificar a ausência do chefe. O desaparecimento repentino e a falta de justificação deram lugar, naturalmente, a especulações. Rapidamente viralizou a teoria segundo a qual JLo teria sido envenenado. Houve quem apontasse a falta de segurança no local como o motivo da ausência do chefe, outros ainda há que relataram uma indisposição momentânea causada por alegados motivos que não convém replicar, porque afinal também tememos o 333 do Código Penal. O certo é que, até que reaparecesse no dia seguinte, como se nada tivesse acontecido, não houve um único pronunciamento oficial, como de resto já nos é habitual.
São guardados a sete chaves quaisquer dados relativos à saúde dos nossos líderes e a prova disso é que José Eduardo dos Santos morreu sem que soubéssemos, de fonte oficial, de que doença padecia. O seu sucessor, como em tantos outros aspectos, segue-lhe os passos. Nunca se ouviu dizer que João Lourenço teve um mal-estar, foi a uma consulta, teve uma dor de cabeça, passou por uma operação ou partiu uma unha, afinal isso são coisas para nós, reles mortais.
Em outras latitudes os contribuintes, os eleitores são informados sobre a saúde de quem elegem. Nem se precisa de ir muito longe. No nosso país de eleição, ainda este ano, uma quebra de tensão, que o próprio justificou com a pouca quantidade de água que ingere, levou o ‘ti Celito’ ao hospital, no próprio país, diga-se, e não se fez questão de se esconder nada de ninguém.
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JLo do lado errado da história