O Governo decidiu mesmo avançar com o fim da subvenção aos subsídios aos combustíveis. A partir de amanhã o preço da gasolina sai dos 160 para os 300 kwanzas por  litro.

A medida, entretanto, será de forma gradual, como avançou hoje o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, numa conferência de imprensa. 

A remoção abrange apenas a gasolina, deixando de fora outros produtos subvencionados como como o gasóleo e o petróleo iluminante.

Manuel Nunes Júnior explicou que a “medida é necessária” e que com isso será possível ter uma reserva de recursos para melhorar áreas como a saúde, educação e segurança social e até para a sobrevivência da Sonangol. “ A nossa cidade vai melhorar. Os rendimentos das pessoas serão maiores e podemos de maneira efectiva resolver vários problemas no nosso país, essa medida terá outros ganhos como o contrabando aos combustíveis", revelou.  

O estado vai continuar a subvencionar a agricultura, a pesca artesanal e a tarifa dos taxistas e mototaxistas. Todos esses sectores vão continuar a pagar os actuais 160 kwanzas o litro da gasolina. 

O Governo tem abordado a eliminação das subvenções aos combustíveis nos últimos anos. Recentemente, à margem de um encontro com o novo representante do Banco Mundial para Angola,  a ministra das Finanças, Vera Daves, afirmou que o Executivo estava “a acompanhar de perto” o tema das subvenções aos combustíveis, tendo prometido encontrar “a melhor solução” face ao “momento social que se vive”.

Em 2020, o presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Sebastião Gaspar Martins, afirmou que já estava concluído o trabalho técnico para a retirada dos subsídios aos combustíveis, cabendo a decisão final ao Governo.

Os subsídios custavam, na altura,  à petrolífera cerca de 1,6 milhões de euros anuais.