Gráfica em braille inaugurada
LIVROS ESCOLARES. O país conta, desde a semana passada, com uma gráfica de produção de braille e material específico. Situada em Luanda, a unidade vai dedicar-se também à manutenção de equipamentos usados no ensino especial.
O Ministério da Educação (MED) inaugurou, na semana passada, em Luanda, a primeira gráfica de produção em braille e material específico. A Unidade vai permitir que os manuais usados nas ‘escolas convencionais’ estejam também ao alcance dos alunos pertencente ao ensino especial, com destaque para os cegos.
A gráfica prevê reproduzir, até ao segundo semestre do ano que vem, 25 mil manuais que cubram da iniciação à 6.ª classe. Nos planos do MED, consta igualmente a produção de materiais didácticos de níveis médio e superior. A concretização deste último objectivo, no entanto, não tem ainda data definida. A gráfica vai imprimir, entre outros documentos metodológicos, guias para o ensino da grafia do português, além de assegurar a manutenção e reparação de todo o material como impressora a braille e máquinas de escrever. Actualmente, a unidade produz um mínimo de 30 livros por dia. Existem já livros 2.ª, 3ª e 4.ª classes feitos, que passarão a ser impresso conforme a necessidade das escolas. A equipa técnica, toda constituída por angolanos, explica a ausência do livro da 1.ª classe por ser um manual “com muito gráfico”, o que dificulta a leitura em braille, um sistema que não permite o uso demasiado de gráficos no software.
Os livros a serem fabricados são os mesmos do ensino convencional (tecnicamente denominados “livros em tinta”), com a diferença de passarem pelos processos de adaptação, transcrição e terminarem com a impressão. Nos próximos dias, o Instituto Nacional de Educação Especial, órgão ligado ao MED, vai encarregar-se de elaborar o plano de distribuição (gratuita) dos manuais.
Para o ministro Mpinda Simão, a quem coube o ‘corte da fita’ durante a inauguração, a gráfica representa um “grande êxito” no atendimento aos alunos com deficiência, pois vai “reduzir consideravelmente os custos e os encargos financeiros antes feitos com as importações”. Pinda Simão avançou que está a ser elaborada a Política Nacional de Educação Especial, que vai regular a implementação dos serviços de apoio à educação especial. Este projecto, que o responsável garante ser concluído “brevemente”, vai também levar em conta a formação de professores para o ensino especial.
O braille é um processo de escrita em relevo para leitura palpável inventado no século 19 pelo francês Luís Braille. É lido da esquerda para a direita com o auxílio das mãos, que, quando bem ‘treinadas’, conseguem distinguir os pontos de preenchimento, identificando assim as mais de 60 combinações que compõe este sistema.
JLo do lado errado da história