Maior mercado de marfim ?encerra este ano
ECOLOGIA. Maior mercado mundial de marfim, China, vai proibir todo comércio interno e processamento do chamado ‘ouro branco’ ainda este ano, revelou imprensa estatal chinesa na semana passada.
A China vai interromper gradualmente todo o processamento de marfim e a sua venda com propósitos comerciais até ao fim deste, reportou a agência de notícias Xinhua. Este anúncio foi antecedido da decisão de há dez meses de proibir a importação de marfim.
Todas as vendas comerciais de marfim, provenientes de elefantes, tanto em locais físicos como virtuais, serão banidas até ao fim de Março, e os vendedores registados deverão reduzir o comércio até ao final deste ano. Os escultores de marfim serão encorajados a trabalhar em museus. O marfim africano é um símbolo de ‘status’ na China, onde o preço de um quilo pode chegar aos 1.100 dólares. Milhares de elefantes são caçados ilegalmente todos os anos em África para abastecer a procura mundial de marfim, especialmente para os mercados asiáticos e europeus, e que se mantém, apesar das crescentes restrições mundiais.
A decisão chinesa obriga ao encerramento de 34 empresas que trabalham com marfim e 143 dedicadas à sua comercialização. “Esta é uma grande notícia que acabará com o maior mercado mundial ainda vigente para o marfim de elefantes”, disse Aili Kang, director-executivo na Ásia da Sociedade para a Conservação da Vida Selvagem.
A comercialização de marfim tem contribuído para a rápida diminuição da população de elefantes em África, que foi reduzida a um terço nos últimos sete anos, segundo um censo recente. No ano passado, organizações internacionais de conservação pediram o fim deste tipo de comércio.
A China é o maior mercado legal de marfim do mundo e estima-se que 70% seja comercializado legalmente. No ano passado, a China concordou, pela primeira vez, que iria reduzir o mercado doméstico de produtos feitos de marfim.
Segundo uma investigação disfarçada que durou dez meses feita pela ONG Elephant Action League, o mercado legal de marfim da China é uma forma de cobrir o mercado ilegal que é 25 vezes maior. Mas o fim mostra que o país tem levado o tema a sério e que o comércio de elefantes está prestes a ficar muito mais difícil. Angola exemplo A ONG francesa ‘Robin des Bois’ (Robin Hood), pioneira na defesa do ambiente, felicitou, no ano passado, o Ministério do Ambiente, em carta, pelas acções e esforços no combate à caça e comércio ilegal de espécies. A associação, sediada em Paris, destacou a proibição das bancadas de venda de peças de marfim no mercado do Benfica (hoje ao largo do Museu da Escravatura)
A ONG elogiou o compromisso de Angola em encerrar o mercado interno de marfim bruto e esculpido. O mercado encerrou as bancadas de vendas de peças de marfim, bem como a queima de marfim apreendido em vários pontos fronteiriços. O ex-administrador deste mercado João Isabel, confirmou, em entrevista ao jornal ‘Nova Gazeta’, que a praça já não vende marfim “desde que o país aderiu à Convenção Internacional de Espécies em Vias de Extinção (CITES). De acordo com a ONG, a acção de Angola “é de coragem” e confronta aqueles que não estão preocupados com o interesse geral e patrimonial e o valor cultural de espécies selvagens. “Definitivamente os tempos mudaram para todos aqueles que agem para a extinção dos elefantes”, lê-se na carta.
A Robin des Bois, fundada em 1985, aplaudiu o compromisso de Angola a favor dos elefantes e reafirma o seu apoio na adopção de propostas relativas ao comércio interno, destruição de ‘stock’ ilegal e reformulação da lista de todos os elefantes, incluídos no apêndice nº I na CITES.
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