Novas espécies no Rio Kwanza
BIODIVERSIDADE. Bióloga Carmen dos Santos van Dúnem, do departamento de Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto, chefiou equipa que descobriu, ao longo do Rio Kwanza, duas espécies em que foram atribuídos nomes de escritores angolanos.
O grupo, composto por estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto e académicos convidados de Portugal, avançou um estudo que Já está publicado em três artigos científicos sobre os insectos, com três espécies novas, incluindo duas para Angola. As duas espécies descobertas são da família dos aracnídeos (que inclui, entre outros, aranhas, carrapatos e escorpiões) e foram baptizados por nomes da literatura angolana: ‘Pepetela’, em homenagem ao célebre escritor Artur Pestana Pepetela, e ‘Agualusa’, em honra do escritor José Eduardo Agualusa.
A escolha dos escritores para nomear os animais (que se assemelham ao escorpião) é uma surpresa que os colegas pesquisadores fizeram à líder Carmen van-Dúnem, já que, por norma, as espécies novas, podem ser baptizadas em homenagem a figuras públicas e porque são escritores angolanos renomados, segundo a justificação de Carmen van-Dúnem, que participou num seminário sobre a nova estratégia para o Centro da África Austral para Ciência e Serviços para Adaptação às Alterações Climáticas e Gestão Sustentável dos Solos (SASSCAL), em Luanda, na semana passada.
O estudo baseou-se em pequenos animais vertebrados e invertebrados, desde o grupo dos peixes até aos pequenos ratos, ao longo do rio Kwanza.
De acordo com a promotora da pesquisa, a motivação para o trabalho consiste em estabelecer uma linha de estudos de base sobre os recursos naturais disponíveis, designadamente a biodiversidade, de modo a saber o que há e o que se pode perder em termos desses recursos com as alterações climáticas.
Este levantamento, segundo a bióloga, visa estabelecer um centro de treino de taxonomia dos invertebrados (para definir grupos de organismos biológicos) ao longo da zona costeira de Luanda e melhorar o conhecimento desses invertebrados, e, no final de tudo, elaborar uma publicação, em 2017, com os levantamentos do tipo da fauna ao longo do rio Kwanza.
O projecto está subdividido em três equipas: uma de macroinvertebrados, que abarca insectos e aracnídeos, com 90% das amostragens feitas, sendo que os 10% que faltam são referentes ao trabalho de licenciatura de um aluno. Os outros são moluscos e crustáceos. Os dois primeiros são grupos “complexos e que exigem muito trabalho”, reconhece a bióloga e acrescenta que o país não tem especialistas para os aracnídeos.
Nos macroinvertebrados, estão a faltar 40% de amostragens, porque, de acordo com a bióloga, dependem das chuvas por causa do caudal do rio, já que, em tempo seco, o caudal baixa e dificulta a caça das espécies.
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