ANGOLA GROWING
COM A COMPRA DE MAIS 53,37%

Saham Seguros vendida a sul-africanos

NEGÓCIO. Negociações de quase três anos terminam com a venda de 53,37% da Saham Finances aos sul-africanos da Sanlam e da Santam Insurance. Novos donos projectam liderar mercado financeiro africano. Saham fechou 2017 com lucros de 323,4 milhões kz.

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A companhia angolana de seguros Saham passou a ser detida, na totalidade, pelos sul-africanos da Sanlam Emerging Markets e a Santam Insurance, depois de observadas “todas as condições requeridas para a aquisição dos 53,37% restantes da Saham Finances”. O anúncio foi feito na semana passada e transmitido em comunicado.

Até 11 de Outubro, a empresa marroquina Saham Finances detinha a maioria do capital da seguradora angolana, calculada em 53,37%. Com esta transacção, passa a Sanlam a deter 90% do negócio, sendo que os restantes 10% ficam sob controlo da Santam.

Para o actual CEO da companhia, Paulo Bracons, a compra “vai oferecer maior valência ao mercado dada a dimensão da Sanlam que opera no mercado financeiro há 100 anos”. “É uma clara mais-valia para o sector segurador em Angola, reforçando as nossas capacidades e ajudando de forma importante o processo de crescimento e desenvolvimento do país”, reforça.

Também os novos compradores consideram a operação um “marco importante”. Segundo Ian Kirk, CEO do Grupo Sanlam, a transacção pode ajudar o grupo sul-africano a tornar-se líder de serviços financeiros no continente. “O reforço do ‘footprint’ e a respectiva especialização da Sanlam e a Santam proporcionam ao grupo a oportunidade de expandir os negócios de seguro de vida nos mercados francófonos, bem como alavancar a nossa especialização e aumentar a carteira geral de seguros”, sublinha o responsável.

O comunicado não diz, no entanto, se a venda vai implicar um aumento do capital, nem mesmo se vai alterar o ‘board’ da companhia, até agora conduzida em Luanda por Paulo Bracons.

O negócio decorre após a companhia ter declarado lucros de 323,4 milhões de kwanzas, em 2017, e depois de fechar com perdas em 2016. Os resultados líquidos positivos, de 2017, foram impulsionados pelo crescimento do volume de negócios que avançou 15%, ao sair de 15,1 mil milhões de kwanzas para os 18 mil milhões.