ANGOLA GROWING
APLICATIVO AJUDA CRIANÇAS E FAMILIARES AFECTADOS

Sobreviventes de Cancro criam jogo contra a doença

TELEMÓVEIS. Duas antigas pacientes de cancro criaram ?um aplicativo para ajudar crianças afectadas. Ideia é ajudar a enfrentar a doença com um sorriso.

Duas antigas doentes de cancro, de Santos, no Brasil, criaram um jogo para ajudar crianças e familiares na luta contra a doença. A ideia do jogo surgiu da dona de uma produtora de jogos da cidade e da fundadora de um instituto denominado ‘Beaba’. As duas mulheres, que foram portadoras de cancro, sentiram a necessidade de levar informações sobre a doença “de uma forma mais lúdica e leve para as crianças”. No jogo, as personagens passam pelas fases do tratamento, de uma maneira clara, optimista e didáctica.

Ludmilla Rossi, a fundadora da produtora de jogos Mukutu, foi diagnosticada em 2011. “O cancro tem uma série de tabus. Fiz o meu tratamento e vi como a informação é importante para o tratamento para o paciente”, comenta.

A produtora conheceu Simone Mozzilli, fundadora do ‘Beaba’, uma entidade sem fins lucrativos que tem como missão informar sobre a doença e o tratamento para crianças. As duas tinham consciência da importância do acesso a informação, não só a pacientes como a familiares. “A primeira coisa que se faz é ir para a internet pesquisar e o paciente que faz isso fica com a certeza de que vai morrer. A criança que recebe a notícia e tem acesso ao Google vai fazer a mesma coisa. Ela acaba por encontrar informações que não são boas”, resume Ludmilla Rossi.

Simone Mozzilli apresentou a cartilha sobre a doença usada pelo ‘Beaba’ Ludmilla Rossi: um boletim especializado com as principais informações necessárias para os pequenos pacientes e familiares, com uma linguagem e ‘layout’ mais atractivos e fácil acesso e junto com a equipa criou um aplicativo com jogos baseados nessas informações contidas na cartilha.

O projecto teve o apoio da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE). Programadores, pacientes e profissionais da saúde, como médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, pedagogos, entre outros, ajudaram na criação e validação do aplicativo. A ilustradora Elisa Sassi criou os personagens e deu a cara infantil que o jogo precisava para ser atractivo para as crianças.