Sonangol com lucros na ordem dos 5.400 milhões USD
BALANÇO PROVISÓRIO. Administração da petrolífera estatal reforça a necessidade de a companhia abdicar dos negócios fora do segmento nuclear e justifica a entrada em àreas não core, como a Unitel, não só por serem atractivas, mas também por serem um “capital importante” para o país. Companhia de telecomunicações rende à petrolífera 1,2 mil milhões dólares.
A Sonangol reduziu os custos em cerca de 5,12%, o que permitiu alcançar um EBITDA (lucros antes dos impostos) na ordem dos 5.400 milhões de dólares.
Durante o ano de 2019, considerado de “positivo” pelo PCA da entidade, Sebastião Martins, a petrolífera viu ainda aumentar os seus proveitos operacionais em cerca de 20%, como resultado do início da produção do projecto Kaombo Sul.
Em conferência de imprensa alusiva ao 44 aniversário da companhia, Josina Baião, administradora executiva da empresa, fez saber que, no âmbito do programa de privatização, a Sonangol alienou vários activos em Portugal, com destaque para a Quinta do Lazareto, que rendeu à petrolífera 13 milhões de euros. O montante, segundo a responsável, representa 45% acima da expectativa inicial.
Os membros do conselho de administração presentes no evento reforçam a necessidade de a companhia abdicar de outros negócios não nucleares, à semelhança do que acontece com os activos em Portugal, mas justificam a entrada em áreas não core, como a Unitel, por exemplo, não só por ser atractivas, mas também por constituirem um “capital importante” para o país. Apesar dessa “importância”, garantem que a participação na Unitel, que já rende 1,2 mil milhões dólares, será alienada.
Além dos ganhos registados, os dados da Sonangol referentes a 2019, também dão indicações de passivos que devem ser corrigidos, como por exemplo a dívida que ronda aos cinco mil milhões de dólares.
A dívida da Sonangol contraída em 2018 foi de 1,9 mil milhões de dólares, tendo ascendido a 2,2 mil milhões durante os primeiros meses do ano passado, face aos pedidos de fundo. No entanto, até ao fim do ano, a dívida reduziu para 755 milhões de dólares.
Investimento em cibersegurança
Em Junho de 2019, a Sonangol foi alvo de um ataque cibernético, o que levou ao desaparecimento de diversos documentos, sobretudo ligados a facturas e recibos. De acordo com Joaquim Fernandes, também administrador executivo, o nível de maturidade dos sistemas informáticos tem um tecto máximo de cinco, explicando que, aquando do ataque, o nível de segurança da Sonangol era apenas de 1,5.
Como forma de prevenção, a petrolífera investiu cerca de dois milhões de dólares para melhorar o sistema, sendo que actualmente encontra-se no nível 2.5. O objectivo, segundo Joaquim Fernandes, é chegar ao nível 4 até Abril próximo.
Depois da invasão cibernética, os técnicos da Sonangol levaram 15 dias para recuperar os sistemas críticos ,e a empresa apenas começou a operar integralmente 60 dias depois.
JLo do lado errado da história