SEGUNDO VENDEDORES AMBULANTES

Venda nas ruas de Luanda em baixa

24 Jun. 2020 (In) Formalizando

COMÉRCIO. Quebra na procura de produtos diversos é justificada, sobretudo, por receios de contaminação. Há, no entanto, quem se safe com limões e máscaras.

D.R

A compra de produtos diversos nas ruas de Luanda “reduziu consideravelmente”, segundo vendedores ambulantes que operam na avenida Deolinda Rodrigues e em algumas zonas periféricas de Luanda, justificando a situação com a pandemia. Agora com mais dias permitidos para a venda, Joaquim Teixeira, de 30 anos, explica que muitos utentes da via pública, particularmente os automobilistas, preferem não comprar com medo de contrair o vírus, embora estejam a cumprir com as medidas de segurança. “Nestes dias, quase não tem havido clientes, os motoristas não aceitam comprar porque acham que o produto está contaminado. Nós procuramos desinfectar o produto, usamos máscara e luvas”, explica o jovem vendedor de calçados na avenida Deolinda Rodrigues. Segundo calcula, nestes dias vende, até um máximo de dois pares de calçados, número que considera “bastante ínfimo”, se comparado ao período anterior à pandemia, em que chegava a comercializar mais de 10 pares por dia.

Igualmente, Sebastião Ndongala, vendedor de cintos e repelentes, depara-se com as baixas vendas, agravadas pela “corrida” dos fiscais, o que o leva a pensar na mudança de negócio, decisão que outra jovem ambulante, Antónia Jacinto, entretanto, já tomou. Antónia decidiu passar a vender limão, um dos produtos, garante, “bastante comprado” na via pública pela importância na prevenção contra a covid-19. Apesar da pressão da fiscalização, a jovem diz-se animada a permanecer no novo negócio.

Quem também optou por trocar de negócio é o jovem Afonso Dala. Dedicado anteriormente à venda de electrodomésticos, virou-se para as máscaras artesanais por se tratar de um produto “muito procurado nesta fase”.