Construções e águas residuais estão a matar peixes
ECOSSISTEMA. Especialistas recomendam a adoptar urgentes medidas no sentido de aumentar o nível de oxigénio e salvar a vida marinha na Baía de Luanda.
Resultado da pesquisa efectuada pelo Instituto Nacional de Investigação Pesqueira e Marinha (INIPM) indica a morte de vários peixes na Baía de Luanda na passada quarta-feira, 06.08, foi causada pela falta de oxigénio. Segundo amostras, o nível de oxigénio da água é inferior a 1.164 ml/L quando no mínimo a vida marinha vive com um valor de 5,0 ml/L.
Marco Arruda, especialista em Biologia Marinha, explica que na base do nível baixo de oxigénio estão as construções efectadas na margem da Baía de Luanda, onde parte do mar foi entulhado, factor que impossibilita a oxigenação da água principalmente na época de cacimbo.
“Pelos vistos há correntes marinhas mais fracas que não ajudam à renovação de água. Mas há algo que ninguém quer admitir é que a Baía está cada vez menor e mais fechada. Conquistaram algum terreno à Baía e do lado da ilha onde havia uma ponte noutros tempos, havia outro braço de mar que ajudaria muito na circulação e renovação de água, hoje em dia sabe-se como está”, afirma.
Outro factor da não oxigenação do mar são as águas residuais provenientes de vários pontos de Luanda e de navios, sem nenhum tratamento. Por isso, José Alexandre Palanca, engenheiro Sanitarista e Ambiental, adverte a necessidade de se criar estações de tratamento de águas residuais e industriais, esta última produzida principalmente pelas grandes embarcações.
“É importante que toda a malha habitacional da Baía tenha um sistema de tratamento de esgoto como manda a legisla nacional e internacional. A água do esgoto não tratada, por existir muito nutriente, em alto-mar prolifera algas. O que está a acontecer é que se proliferou muitas algas e acabaram por consumir muito oxigénio da água”, observa.
Na eventualidade de não se optar por uma rápida solução, referem os especialistas, basta existir alguns esgotos a drenar para a Baía e haver marés mais fracas nos próximos tempos mais espécies marinhas vão morrer. Visto que é ‘impossível’ demolir as construções ao longo do mar, Marco Arruda, sugere a instalação de repuxos de água que fizessem “movimentar a água em diversos locais, arejando a coluna de água.” Entretanto, os arejadores seriam colocados estrategicamente em determinados pontos e “seriam postos a funcionar quando os níveis de oxigénio baixassem.” Além de jogar um papel importante no ambiente marinho, os repuxos poderão ser um factor de atracção turística.
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