Insuficiência dos transportes entre as principais reclamações
DENÚNCIAS. Provedora justifica frequência ao órgão com o facto de os cidadãos não terem, muitas vezes, capacidade financeira para litigar em tribunais.
segurança rodoviária, ferroviária e marítima, assim como a insuficiência dos transportes públicos em Luanda, que não permitem observar o distanciamento em época de pandemia, estão entre as principais queixas que a Provedoria da Justiça recebe.
Segundo a provedora de justiça adjunta, Florbela Araújo, essas denúncias, na maioria relacionadas com questões fundiárias, acontecem sem o cumprimento dos pressupostos por parte das autoridades.
Durante uma mesa redonda sobre ‘Engajamento dos órgãos da administração pública central e local do Estado com o provedor da justiça e o dever de cooperação’, no quadro da semana da Provedoria da Justiça em alusão aos 16 anos do surgimento do órgão, Florbela Araújo avançou que estas questões estão também com a inscrição e legalização de prédios rústicos e urbanos que têm desembocado em conflitos, como as demolições ligadas à problemática de concessão de títulos juridicamente relevantes e as situações de realojamento e reassentamento de cidadãos.
De entre outras, a Provedoria da Justiça recebe ainda reclamações sobre o risco permanente de despejos e a burocracia excessiva nos processos de cadastro.
A problemática ambiental a nível nacional e local, os danos provocados em decorrência de derramamento de petróleo ou poluições análogas, os problemas estruturais de natureza social e a situação dos resíduos sólidos, constituem igualmente preocupações que chegam àquele órgão de justiça.
Não menos importante e que também chama atenção da provedora adjunta são as condições dos reclusos nos estabelecimentos penitenciários e celas de trânsito, os excessos de actuação dos agentes da polícia relativamente ao uso desproporcional de meios coercivos e o problema na morosidade no tratamento dos processos laborais, civis e criminais.
RESPEITO À DEFESA DOS DIREITOS DAS LIBERDADES E DAS GARANTIAS
Diante do actual cenário de queixas, a provedora Florbela Araújo defende ser “fundamental” compreender que as solicitações de esclarecimento e recomendações, bem como as visitas de constatação sejam sempre encaradas e enquadradas no cumprimento da Constituição, sobretudo no que diz respeito à defesa dos direitos das liberdades e das garantias dos cidadãos.
A responsável judicial reconhece que a frequência à Provedoria de Justiça é pelo facto de os cidadãos não terem, muitas vezes, capacidade financeira para litigar em tribunais, em processos que não só são “morosos”, mas também “mais complexos”.
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