"Empreendedorismo é a base para oxigenar a economia"
ANÁLISE. Um ecossistema com relevo para os empreendedores capacitados e coesos contribui para a melhoria da economia, afirma Paulo Narciso, presidente do Faje.
O presidente do Fórum Angolano de Jovens Empreendedores (Faje), Paulo Narciso, vê no fomento do empreendedorismo a "escapatória" para que se baixe a “tensão social” e, consequentemente, seja injectado “oxigénio” à economia nacional em resultado dos rendimentos, auto-empregos e empregos gerados pelas iniciativas empreendedoras de jovens".
Defende, para isso, ser fundamental apostar na capacitação dos empreendedores em matérias relacionadas com a gestão e educação financeira, através de formações, palestras, 'workshops' e aulas práticas. A organização sem fins lucrativos está a firmar parcerias com outras instituições mais experientes na matéria, como a União Europeia e o Inefop. “O que estamos a fazer, é nossa missão principal, é canalizar o máximo possível de empreendedores para o acesso ao microcrédito, disponibilizar ferramentas de capacitação aos jovens empresários, profissionais liberais e empreendedores, no sentido de mudarmos o paradigma do 'status' das PME, criar empregos, gerar riquezas e ajudar a dinamização da economia,” explica.
Paulo Narciso quer dinamizar o acesso ao microcrédito para os associados e não só, continuar a providenciar acções formativas no âmbito do empreendedorismo para garantir a empregabilidade dos jovens através das suas próprias iniciativas.
“Estamos em circunstâncias complexas, dado o contexto económico que se arrasta há já cinco anos e, agora mais com essa pandemia da covid-19, temos feito o nosso papel junto das autoridades, advogando a melhoria das políticas públicas voltadas para o desenvolvimento das PME”, explica.
Um dos objectivos da instituição passa pela formalização dos agentes informais, ajudá-los com ferramentas que possam permitir que estejam cadastrados na banca comercial, bem como facilitar o acesso aos TPA. Deste modo, acredita Paulo Narciso, "se poderá alcançar o equilíbrio em que apareçam jovens com milhões e outros sem nada”.
A completar seis meses na liderança, o responsável, por outro lado, entende que o fracasso de muitos empreendedores passa pela "falta de auto-responsabilização, gestão, educação financeira e aposta em certos negócios só porque estão na moda". “O problema não está no resultado, está no foco que cada um dos empreendedores deve ter para materializar projectos. Antes de querer fazer algo, temos de ter paixão, interesse e vontade, não adianta plantar tomates se não se tem hábito de agricultor”, observa, sublinhando, “temos jovens empreendedores que ganham mais no final do mês do que um bancário”.
Durante o seu mandato, Paulo Narciso promete dar atenção ao interior do país pelas dificuldades de vária ordem, alinhadas às vias de comunicação. “Andei pelo Sul, percebi que os jovens precisam de ser mais acarinhados, de suporte.”
De Fevereiro a Maio, o Faje formou mais de 180 empreendedores em Luanda, Moxico, Lundas Norte e Sul. Número que pode aumentar com a execução do programa de formação, acção e fomento ao empreendedorismo e o estabelecimento de um centro de inovação e negócio. Além disso, implementa um programa de visibilidade externa do ecossistema do empreendedorismo em Angola.
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