Angola, Moçambique e mais oito países da África Austral participaram numa operação da Interpol contra o tráfico ilícito de materiais de saúde e outros produtos na região que terminou no confisco de bens no valor de 3,5 milhões de dólares.  A ‘Operação Afya II’ identificou 179 suspeitos que poderão ser detidos nos próximos dias, revela o portal Defence Web. Mais de quatro mil inspecções foram realizadas em armazéns, depósitos, farmácias e outras instalações em áreas rurais, no âmbito de 300 investigações feitas em Angola, Moçambique, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Maláui, Namíbia, África do Sul, Tanzânia e Zimbábue. Foram apreendidos mais de 40 mil produtos. A operação teve por foco a interrupção da actividade criminosa e a remoção de produtos falsificados e medicamentos ilícitos potencialmente nocivos. Em nota, o Serviço Nacional de Investigação Criminal de Moçambique (SERNIC) avança que “a produção, distribuição e venda ilegal de medicamentos contribuem diariamente para a morte de milhares de pessoas em todo o mundo” e que “a participação das agências de aplicação da lei moçambicanas na Operação Afya II ajudou a aumentar as sinergias no combate a grupos criminosos que lidam com crimes farmacêuticos e outros produtos nocivos, especialmente quando a região é afectada pela pandemia”.

O director do escritório regional da Interpol em Harare, Nawa Mubita, indicou que “o tráfico de bens ilícitos e produtos de saúde é um crime grave que ameaça consumidores e precisa de ser combatido em âmbito regional e mundial”.

Mubita disse ainda que “a Operação Afya II destacou como os grupos de crime organizado expandiram as actividades ilegais além das fronteiras e entre regiões, aproveitando a tecnologia para gerar lucros significativos”.

O documento não detalha a ‘incursão’ em Angola, mas, quanto a Moçambique, indica que, entre  as muitas apreensões, mais de 32 mil produtos farmacêuticos ilícitos foram interceptados naquele país do índico, incluindo analgésicos, antibióticos, sedativos, suplementos dietéticos, medicamentos antifúngicos e verificadores de ovulação.