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Acórdão do TC

Lider da UNITA diz que MPLA esta “desesperado” e manipula “sem limites” as instituições

O presidente da UNITA, Adalberto da Costa júnior disse hoje que o congresso que o elegeu é "inatacável", acusando o MPLA de estar "desesperado" perante a perspectiva de perda do poder e está a manipular "sem limites" as instituições.

 

Lider da UNITA diz que MPLA esta “desesperado” e manipula “sem limites” as instituições

Adalberto da Costa Júnior (ACJ) falava à radio Ecclesia após ser recebido pelos bispos da conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), reagindo desta forma ao acórdão do Tribunal Constitucional divulgado na quinta-feira, que declarou a nulidade do XIII Congresso da UNITA, realizado em Novembro de 2019, onde venceu a disputa para a liderança do partido, sucedendo a Isaías Samakuva.

O líder da UNITA declarou-se preocupado com a perda de valores e  referentes do estado de direito democrático, que tinham sido conquistados após a paz assinada em 2002, considerando "um problema muito sério" quando envolve questões legais.

Apontou nomeadamente a mudança da Constituição em altura de pré-campanha eleitoral, as alterações à lei eleitoral e a proposta de divisão político-administrativa "que não foi debatida e não faz parte dos programas estratégicos de governação, nem fez parte da campanha.

Para ACJ, o MPLA "está desesperado perante uma perspectiva de perda do poder" e os apelos dos cidadãos pela mudança e pela alternância "e deita mão à manipulação das instituições sem limites".

Questionado sobre a anulação do congresso da UNITA, respondeu que os especialistas estão a analisar o acórdão e deverá  ser conhecida ainda hoje uma reacção formal do partido.

"Não posso deixar de dizer que nós estávamos preparados para esta decisão, pelos sinais de intolerância que as instituições nos tem transmitido, pela forma como vimos mudar o presidente do Tribunal Constitucional", declarou.

"Não é normal numa vigência de dois anos vermos dois presidentes demissionários e um ter utilizado a expressão suicídio do estado de direito e da democracia", prosseguiu o dirigente, aludindo à renúncia de Manuel Aragão, que tinha sido nomeado em 2017, e foi substituído por Laurinda Cardoso no passado mês de agosto.