Ministério da Justiça anuncia novas valas comuns
Já foram identificados nove locais onde podem estar enterrados corpos de vítimas dos conflitos políticos, incluindo duas possíveis valas comuns, avançou hoje o ministro da Justiça e Direitos Humanos.
Em declarações a jornalistas à saída de uma reunião da Comissão para a Implementação do Plano de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), Francisco Queiroz afirmou que estão a ser identificados os locais onde podem estar enterrados corpos, tendo sido localizados nove pontos, dois dos quais podem ser valas comuns.
Foram objecto de análise os trabalhos forenses em curso, a entrega dos restos mortais, a emissão de certidões de óbito e a estratégia comunicacional, na reunião da CIVICOP, que congregou coordenadores de subgrupos de especialidade com os seus titulares (Saúde, Justiça e Direitos Humanos, Interior e Comunicação Social), com o fim de fazer o balanço da segunda fase do projecto.
Será lançado em breve, segundo uma nota da CIVICOP, o Centro de Análise Forense e Conservação de Ossadas das Vítimas dos Conflitos Políticos.
“O trabalho à volta das instalações onde vão ser desenvolvidos os trabalhos médico forenses está muito adiantado, fez-se um trabalho de recuperação de uma nave na zona industrial de Viana e que esta agora apta para receber equipamento de laboratório. Teremos aí o local para se tratar o material que for recolhido nos pontos de identificação de ossadas”, adiantou o ministro e coordenador deste órgão.
De acordo com o ministro da Justiça, a segunda fase exige uma comunicação com a sociedade e com as famílias diferente do que se passou na primeira fase, daí entender ser “preciso que se saiba exactamente aquilo que esta a acontecer”, apontando a grande complexidade desses trabalhos.
A CIVICOP registou, durante a primeira fase, mais de dois mil pedidos de certidões de óbito, após terem sido entregues as primeiras certidões 27 de Maio, quando foram homenageadas as vítimas do ‘27 de Maio’.
Pela primeira vez, em 44 anos, o Governo realizou uma cerimónia para assinalar o ‘27 de Maio’, uma alegada tentativa de golpe de Estado, que reuniu sobreviventes e órfãos.
O Plano de Reconciliação em Memória às Vítima de Conflitos Políticos prevê, entre outras questões, a emissão de certidão de óbito e a construção de um memorial único para todas as vítimas dos conflitos políticos registados no país.
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