Burla tailandesa

Advogados de defesa pedem absolvição dos réus

18 Jan. 2019 Valor Económico De Jure

A defesa dos réus do caso ‘burla tailandesa’, uma alegada tentativa de burla ao Estado de 50 mil milhões de dólares, que arrancou esta segunda-feira,17, no Tribunal Supremo, solicitou a absolvição dos constituintes.

 

Advogados de defesa pedem absolvição dos réus

Do processo, constam 10 réus de quatro nacionalidades entre eles quatro angolanos, quatro tailandeses, um eritreu e um canadiano. A sessão começou com o advogado dos réus, José Arsénio Manuel, conhecido como ‘general Arsénio’ e do canadiano André Louis Roy a solicitar uma questão prévia, que foi indeferida pelo venerando juiz, Domingos Mesquita.

Por altura da contestação de alguns advogados dos constituintes, os representantes pediram a absolvição dos réus, argumentando a inocência. A sessão foi preenchida pela presença massiva da comunicação social e uma sala completamente cheia, em que teve duração de cinco horas.

Em declarações à imprensa no final da sessão, o porta-voz dos juízes, Lourenço José, declarou que o julgamento decorreu com "serenidade”. "Procedeu-se à leitura das peças principais da acusação, da pronúncia e da contestação dos réus e são peças bastante longas, que consumiram quase todo o tempo".

A sessão prossegue hoje, com a audição de dois réus.

O caso ‘burla tailandesa’ começou, segundo a acusação, em 27 de Novembro de 2017, quando chegou a Angola um grupo de dez pessoas com visto de fronteira, do qual faziam parte os quatro arguidos tailandeses, bem como os prófugos Pracha Kanyaprasit, Kanphitchaya Kanyaprasit, Watcharinya Techapingwaranukul, igualmente oriundos da Tailândia.

Dos arguidos que se encontram em prisão preventiva, quatro são tailandeses, Raveeroj Ritchchoteanan, 50 anos, considerado o mentor da tentativa de burla, Monthita Pribwai, 28 anos, Manin Wantchanon, 25 anos, e Theera Buanpeng, 29 anos, bem como André Louis Roy, canadiano de 65 anos e Million Isaac Haile, eritreu de 29 anos.

Em prisão preventiva também estão os angolanos Christian Albano Lemos e Celeste de Brito, ambos angolanos.

Em prisão domiciliária estão os réus Ernesto Manuel Norberto Garcia, ex-director da Unidade Técnica para o Investimento Privado (UTIP) e José Arsénio Manuel, general das Forças Armadas Angolanas (FAA).

Os arguidos estão a ser acusados de prática dos crimes de associação criminosa, fabrico e falsificação de títulos de crédito, falsificação de documentos e uso de documentos falsos, burla por defraudação na forma frustrada, promoção e auxílio à imigração ilegal e tráfico de influência.