Angola foi o país mais reformista em África nos últimos cinco anos
O analista principal que segue a economia de Angola na agência de 'rating' Moody's considerou à Lusa que o país é o mais reformista em África e que o esforço de ajustamento orçamental é "louvável".
"Entre a maioria dos países africanos, Angola é provavelmente o país que fez mais reformas estruturais nos últimos cinco anos", declarou Aurelien Mali em entrevista à Lusa por videoconferência a partir do Dubai, apontando a consolidação orçamental, a nova lei do orçamento, a introdução do IVA e o ajustamento das finanças públicas como exemplos.
Questionado sobre se estas reformas não vão motivar uma subida do 'rating' do país, que foi descido duas vezes no ano passado, o analista respondeu que "é preciso ver como será a realidade" e sublinhou que, "para já, os riscos refletidos no 'rating' estão equilibrados e três meses de ambiente positivo é pouco para mudar" a avaliação sobre a qualidade do crédito soberano de Angola.
Na entrevista à Lusa, Aurelien Mali concordou que Angola não deverá ter necessidade de procurar um alívio da dívida para além da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) e apontou que a economia angolana está numa situação muito diferente da posição da Zâmbia, Etiópia e Chade, que pediram a adesão ao Enquadramento Comum para o Tratamento da Dívida para além da DSSI.
"A situação em Angola é muito diferente da situação destes países; [as descidas do rating em 2020] não foram uma questão de solvência, foi principalmente um problema de pressão na liquidez externa e as autoridades negociaram uma reestruturação de dívida no valor de 7 mil milhões de dólares com um credor na China nos próximos dois anos e meio a contar de junho de 2020", lembrou o analista.
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