BAI fecha exercício financeiro com avanço de 213% nos lucros
RESULTADOS. Subida de 62% nas margens financeiras deu ao banco o maior ganho dos últimos três anos, tirando-lhe dos anteriores 15,3 mil milhões de kwanzas em 2015, para 49,7 mil milhões no balanço de 2016. Recuperação do crédito e juros abatidos ajudaram nas contas.
As contas de balanço do Banco Angolano de Investimento (BAI) evidenciaram, de Janeiro a Dezembro de 2016, um avanço nos lucros na ordem dos 213%, ao sair de 15,3 mil milhões de kwanzas para os actuais 49,7 mil milhões, de acordo com números da entidade, saídos da reunião da assembeia-geral de accionistas.
A contribuir está o aumento da margem financeira em 62%, “resultante dos proveitos de instrumentos de dívida e da carteira de crédito”, o aumento dos custos administrativos em 17%, inferior à taxa de inflação do ano e a redução dos custos com imparidades da carteira de crédito devido à recuperação de crédito e juros abatidos ao activo.
“A Assembleia Geral de accionistas do Banco Angolano de Investimentos, S.A. (BAI), reunida no dia 30 de Março de 2017, tomou conhecimento da actividade desenvolvida durante o ano de 2016. No ano em que o BAI completou 20 anos de actividade no mercado bancário angolano, alcança o maior resultado líquido da sua história”, congratulam-se os accionistas, em mensagem publicada no site do banco.
Este é o maior resultado líquido do banco nos últimos três anos. A soma dos lucros dos últimos três anos não chega perto das margens alcançadas durante todo o ano 2016, um feito considerado “histórico” pelos demais accionistas da entidade, incluindo a petrolifera estatal Sonangol.
No exercicio financeiro de 2013, as contas do banco carimbaram 12.081 milhões de kwanzas, sendo que, no seguinte, as contas de balanços fecharam com lucros da ordem dos 12.848 milhões. Em 2015, o negócio dá mais um salto e inscreve 15.357 milhões de lucros no balanço.
Segundo contas da administração, o BAI manteve a posição de destaque que ocupa no mercado , tendo fechado o exercício com activos líquidos de 1.365.685 milhões de kwanzas (mais 25% face a 2015), uma carteira de depósitos de 1.137.304 milhões de kwanzas (mais 21% face a 2015) e fundos próprios de 167.490 milhões de kwanzas (mais 36% face a 2015).
Também houve “melhoria” no rácio de eficiência, o ‘cost to income’, que registou um salto de quatro pontos percentuais (pp), cifrando-se em 32%. “A melhoria do rácio é justificada pelo crescimento do produto bancário (31%) ter sido superior ao crescimento dos custos administrativos (17%)”, explicam a contabilidade do banco, que tem José de Lima Massano na gestão corrente.
Já a carteira de crédito líquido totalizou 380 mil milhões de kwanzas, equivalente a um aumento de 10% comparativamente a Dezembro de 2015, evolução explicado pelo aumento do crédito concedido ao sector privado, em 29 mil milhões de kwanzas no ano, e aumento do crédito concedido ao Estado, de 19 mil milhões de kwanzas.
Nem todas as rubricas registaram avanços. É o caso do rácio de transformação de crédito sobre os depósitos, que se situou nos 33%, uma redução de 3,6 pp face a 2015, justificado pelo aumento dos depósitos que esteve acima do crédito.
“O Banco manteve um perfil de elevada liquidez (representando as disponibilidades e as aplicações em instituições de crédito 27% do total do activo), de reduzido risco (a exposição ao Estado, incluindo BNA, representa 64% do activo) e de elevada solvabilidade (o rácio de solvabilidade regulamentar mantém-se em níveis muito confortáveis, de 23,4%, acima do mínimo exigido pelo BNA, de 10%)”, sublinha o banco, num documento que não anexa o parecer do auditor externos sobre as contas de 2016.
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