OGANIZAÇÃO QUER POTENCIAR PRODUTORES NACIONAIS

Banco Mundial ‘desembolsa’ 300 milhões USD para apoiar agro negócio

AGRO-INDÚSTRIA. Primeiro financiamento é apenas indicativo, podendo ainda ser alargado em função das necessidades reais detectadas ao longo do processo.

Até ao fim deste ano, o Banco Mundial (BM) deverá disponibilizar ao Governo angolano 300 milhões de dólares para projectos de fomento da agro-indústria, num pacote que inclui também a realização do Censo Agrário, de acordo com a representante da instituição, em Angola, Clara Sousa.

A solicitação do empréstimo, de acordo com o BM, partiu do Governo e deverá servir, segundo os acordos firmados, para apoiar várias componentes do agro-negócio, cabendo ao Executivo a responsabilidade de transferir as ‘fatias do bolo’ aos empresários que forem seleccionados.

De acordo com os representantes do BM, o financiamento inicial de 300 milhões de dólares pode ser ainda alargado em função das necessidades reais detectadas ao longo do processo, sendo que o montante em causa é apenas indicativo.

O BM pretende, com o financiamento, aumentar a competitividade dos produtores agro-industriais e estimular o desenvolvimento do agro-negócio em Angola. O objectivo, de acordo com a representante da organização, Clara Sousa, é encontrar empresários que tenham realmente projectos viáveis e com potencial para ajudar o desenvolvimento do sector agrícola.

A responsável reconhece o potencial agrícola do país e encoraja o Governo a continuar a reformular as suas políticas para ajustá-las à nova situação, antes de assinalar que o quadro macroeconómico que Angola vive representa “uma oportunidade para a aposta no agro-negócio”.

Em várias ocasiões, observadores que falaram ao VALOR criticaram as políticas agrárias seguidas pelo Governo, exemplos do Centro de Investigação Cientifica da Universidade Católica de Angola (CEIC) e até de entidades ligadas ao próprio Ministério da Agricultura que entendem que se deve deixar as políticas herdadas do colono.

Clara Sousa reitera que nunca se colocou em causa o potencial agrícola de Angola, mas que “a crise seria um bom ponto de partida para a diversificação da economia”.