A PARTIR DO PRÓXIMO MÊS

BFA cobra mais pelos cartões VISA com comissões até 12 mil kwanzas

BANCA. Instituição líder da banca nos lucros avisa que vai cobrar mais nas comissões anuais com manutenção dos cartões Visa. O novo tarifário prevê preços que vão dos 7.500 mil a 12 mil kwanzas para o crédito e reforço de 1,5 pontos percentuais no custo dos cartões pré-pagos.

O Banco de Fomento Angola (BFA) vai mexer, a partir do próximo mês, nas taxas e comissões de serviços anuais com os cartões VISA, com alterações nos preços que vão desde 7.500 a 12 mil kwanzas, anunciou a entidade em ordem de serviço distribuída pelas suas 159 agências e a que o VALOR teve acesso.

De acordo com a directiva do banco, os cartões de créditos Mwnagolé Classic Visa passam a descontar, a partir de 28 de Março, mais cinco mil kwanzas, o que perfará, já em Março, 10 mil kwanzas, por ano, alterações que se estendem aos cartões Mwangolé gold Visa, com descontos de 12 mil kwanzas, mais sobre a comissão anual actual.

Para os cartões pré-pago ‘Kandandu’, também da rede Visa, o banco antevê um aumento de 1,5 pontos percentuais sobre a taxa actual, fixada em 1%, de acordo com relatos de vários gestores de agência em Luanda e que vem atestada no comunicado do banco. O banco não explica na nota se prevê as razões das alterações com taxas e comissões com os Visa, nem refere se o procedimento vai ter impacto nos plafond mensais de carregamentos para cartões pré-pago ‘Kandandu’, além de não fazer mensão sobre se vai prosseguir com emissões de novos cartões. O jornal questionou o gabinete de comunicação sobre essas possibilidades, mas não obteve resposta.

Fontes do banco garantiram, entretanto, que, para já, estão suspensas as emissões para novos cartões Visa, seja para o crédito, seja para os da modalidade de pre-pagamento.

“Já estamos informados sobre essas alterações, mas só terá efeito para clientes antigos do banco. Não estamos a emitir novos cartões devido ao actual contexto de crise”, contou um gestor de uma agência em Luanda, que pediu para não ser identificado.

TROCA CUSTA 5 MIL KZ

O banco prevê também mexidas nas taxas de substituição dos cartões, que pode abranger cartões danificados, mal conservados, ou os extraviados, com uma taxa fixa que deve rondar os 5 mil kwanzas.

Essas alterações vão ainda ter incidência sobre os levantamentos a “crédito- cash advance” em Angola, com comissões de 1.000 kwanzas, sendo que para o balcão é descontado 3,5% e nas caixas de pagamentos automático (ATM, na sigla em inglês), descontam 500 kwanzas ou 3% do valor a movimentar.

Para operações de “levantamento a crédito- cash advance” no estrangeiros estão também fixados novos valores, em taxas e comissões, com 1.000 kwanzas fixo no balcão, ou taxa de 5%, e 500 kwanzas com os ATM, ou 5% sobre o valor a movimentar.

RESTRIÇÕES NOS CARTÕES VISA

Os bancos BPC, BFA, BAI, BIC e BMA – arrumados por ordem decrescente de activos – justificaram, em Agosto do ano passado ao VALOR, que a restrição na concessão de novos cartões e no manuseamento se deve à “actual crise do sector petrolífero” que, desde Junho de 2014, fez recuar, para menos de metade, as receitas com vendas do petróleo, principal fonte de divisas de Angola.

Os rumores da suspensão do serviço Visa em Angola iniciaram entre finais de 2014 e princípios de 2015. Mas a Visa nunca chegou a admitir o cancelamento da operação, o que a levou a desmentir, por via do Banco Nacional de Angola, tal informação. “Relatos de que a rede Visa deixará de estar disponível em Angola são falsos. A Visa continua comprometida com os parceiros angolanos, incluindo o banco central, instituições financeiras, comerciantes e titulares de cartões (…)”, lê-se numa nota da entidade gestora da rede Visa, datada de Janeiro deste ano e assinada pelo seu director para África do Oeste e Sul, Jabu Basopo.