BNA pode cortar divisas às casas de câmbio
As casas de câmbio vão deixar de receber divisas directas do Banco Nacional de Angola (BNA), passando ao modelo anterior de compras por via dos bancos comerciais, antecipam ao VALOR vários operadores de câmbio.
Os agentes de câmbio justificam a situação com a paralisação, desde o início do ano, das vendas directas semanais de divisas do banco central às casas de câmbio, pelo que acreditam que o banco central “esteja a preparar um aviso para o retorno às práticas anteriores” de venda de moeda estrangeira. Para o empresário Pedro da Silva, antigo gestor da Transglobal-Casa de Câmbio, os operadores deixaram de receber divisas directamente do BNA o ano passado, com as vendas ao abrigo do novo quadro operacional da política cambial, instituído pelo então governador do BNA, José Pedro de Morais. Facto que o leva a crer que “novas medidas de distribuição de divisas estejam a ser estudadas”.
“Dada a demora na colocação de moeda aos operadores, é possível que o BNA dê, nos próximos dias, instruções aos bancos comerciais para retomarem as vendas às casas de câmbio. Mas o banco central terá a obrigação de aumentar o montante dos leilões”, alertou o empresário, também dono da Crystal Solution, empresa de consultoria.
O consultor financeiro Galvão Branco considera, no entanto, que os actuais modelos de distribuição de divisas instituídos pelo banco central são “os mais adequados para o actual momento de crise”. “Há pouca oferta de divisas”, lembra o analista.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...