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De Janeiro a Dezembro

BNA versus banca comercial

RETROSPECTIVA. Principais temas, do ano que termina, da secção ‘Mercado e Finanças’ são resumidos, nesta edição, com destaque para as principais alterações ao regulamento sobre movimentação de divisas, resultados operacionais da banca e recomendação dos auditores para a observância das regras do Banco Central.

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BNA autoriza moeda estrangeira

O Banco Nacional de Angola volta a permitir, no início do ano, que os investidores estrangeiros e demais não-residentes cambiais, com contas em moeda estrangeira, passassem a ter acesso aos seus depósitos, através de pagamentos de serviços em kwanzas, a favor de residentes cambiais e por ordens de pagamentos ou transferências para o exterior, depois de estarem impedidos de o fazer desde o início da crise, em 2014.

FMI ‘preocupado’ com restrições nas divisas

O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda, em finais de Fevereiro, ao Governo o estabelecimento de um calendário que previsse quando terminavam as restrições na venda de moedas estrangeiras, com vista a “resolver, de forma urgente, os desequilíbrios no mercado cambial”, de acordo com um documento do organismo, publicado pelo VALOR e onde constam as conclusões da sua visita ao país em Novembro de 2016.

Fusão torna Atlântico no 6.º maior banco

Com activos nos 948,4 mil milhões kwanzas, o Banco Millennium Atlântico (BPA) torna-se no sexto maior banco angolano, depois da fusão dos extintos bancos Millennium Angola e o Privado Atlântico. De acordo com uma nota do banco, a fusão também permitiu o crescimento dos lucros em cerca de 40,5% para 25 mil milhões de kwanzas, além do crescimento na carteira de clientes para 980,3 mil. No entanto, a instituição não publica as contas no site, pelo que só foi possível comparar crescimento e desempenho de alguns indicadores graças aos relatórios Deloitte.

BFA fecha contas em Luanda

Depois de observada a exigência do Banco Central Europeu de redução das participações do Banco Português de Investimento (BPI) na sucursal angolana, o Banco de Fomento Angola (BFA) continua, ainda assim, a captar lucros. No balanço de 2016, os accionistas angolanos do BFA aprovam o maior lucro da instituição desde 2010, no valor de 61.712 milhões de kwanzas, mais 63% do que as margens recolhidas em igual período anterior, quando ainda estava sob domínio dos portugueses do BPI.

Banco VTB cumpre exigência do BNA

Três notas dos auditores externos da PricewaterhouseCoopers Angola (PWC) e da Ernest & Young (EY) às contas do banco VTB, relativas ao exercício financeiro dos últimos três anos, confirmam que os accionistas fazem um reforço no capital social com mais 1.100 milhões de kwanzas, subindo para 2,5 mil milhões, o mínimo exigível pelo banco Banco Central. A decisão é tomada três anos depois de várias advertências dos auditores sobre incumprimento da lei, que obriga a um capital mínimo de 2,5 mil milhões para iniciar negócio bancário em Angola.

Crédit Agricole ‘descativa’ obras do Estado

O Governo anuncia, no início do ano, que uma linha de crédito assinada com os franceses do Crédit Agricole, viria a ajudar a descativar vários projectos e obras públicas “de interesse nacional”, que estiveram suspensos, durante vários anos, devido à crise do petróleo que deixou de meter dinheiro no Tesouro nos montantes superiores aos fluxos de antes de Junho de 2014. Sem avançar montante por se libertar, o Governo garante que o dinheiro deveria cobrir despesas sociais e grandes obras do Estado.

Crédito reduz em 85% no BIC

Desde o arranque da crise, em finais de 2014, o nível de solicitação de crédito ao banco BIC, fora do Programa Angola Investe, regista uma redução de cerca de 85%, como resultado do alto custo do financiamento bancário, revela o administrador executivo da instituição, Hugo Teles, em entrevista ao VALOR. Esta medida, que prevalece até à data, foi justificada com o aumento do custo do crédito como resultado da revisão em alta da taxa Luibor, que passou de 9% para 24%.

BPC com primeiro prejuízo

No fim do primeiro semestre de 2017, torna-se público o primeiro balanço com prejuízo, nos últimos 16 anos, do maior banco angolano em activos. Avaliado em 29,5 mil milhões de kwanzas, as perdas decorrem, segundo a administração do BPC, da “constituição de 72,7 mil milhões para o crédito perdido e da prevenção de futuras perdas”. As contas são apresentadas ainda no calor das reformas administrativas e operacionais do banco que, em menos de um ano, foi dirigido por três administrações.

BFA encarece operações com VISA

No início do ano, o BFA avisa os clientes, por via de um comunicado distribuído pelas 159 agências, que viria a cobrar mais nas comissões anuais com manutenção dos cartões Visa, com tarifários cujos preços oscilavam entre 7.500 e 12 mil kwanzas para o crédito e reforço de 1,5 pontos percentuais no custo dos cartões pré-pagos.

BNA de ‘olhos’ nas operações bancárias

Com vista a aumentar a taxa de inclusão financeira, o banco central passa a exigir dos bancos comerciais a apresentação de, pelo menos, dois extractos bancários de clientes para averiguar o cumprimento do aviso que proíbe cobrança à prestação de serviços mínimos bancários. Duas semanas após a publicação da medida, uma equipa da direcção de supervisão comportamental do BNA inicia a inspecção às agências bancárias. Em Agosto, dos 30 bancos, dois já tinham sido inspeccionados, um aguardava visita.

BAI com maior lucro da sua história

Pela primeira vez, desde que iniciou operações, o Banco Angolano de Investimento (BAI) declara lucros de 49,7 mil milhões de kwanzas, captados no exercício financeiro de 2016, correspondendo a uma subida de 213% comparativemnte ao período homólogo, cujo montante ficou nos 15,3 mil milhões. O crescimento em 62% das margens financeiras e a recuperação do crédito e juros abatidos dão ao banco o maior ganho dos últimos três anos, segundo cálculos do VALOR com base numa nota da entidade que resumia o balanço de 2016.

Bancos não cativam para vender divisas

Uma medida agora aprovada pelo novo governador do BNA, José Massano, desobriga a que dinheiros depositados nos bancos estejam cativos quando os clientes vão solicitar divisas para pagamentos no estrangeiro. A iniciativa ‘revoluciona’ o sector empresarial, que reagiu com aplausos, pelos fluxos financeiros que a política possa criar no mercado empresarial nacional, assim como na economia, no geral. As famílias também ficam beneficiadas, porque deixam de ver os kwanzas cativos mesmo quando pedem divisas aos bancos. FSDEA alarga activos em 1,2% O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) anuncia o crescimento de activos em 1,2% até ao segundo semestre deste ano, depois de, nos últimos anos, ver corroídos os fundos em função das aplicações pelo mundo. Com esta evolução, os activos da entidade passam a valer 5,05 mil milhões de dólares, mais 60 milhões do que as margens de igual período anterior contabilizadas nos 4,99 mil milhões.

Banco do Brasil encerra representação

O Banco do Brasil fecha a sua representação em Luanda, na primeira semana de Novembro. Os mais de 30 funcionários brasileiros e portugueses abandonaram Angola, ficando apenas a delegação com um representante.