NO MERCADO INFORMAL O PREÇO JÁ DISPAROU

Cimangola quer cimento a 10 USD

INDÚSTRIA. Nova Cimangola estuda a possibilidade de subir o preço do cimento nas próximas semanas, dos actuais 1.625 kwanzas para os 2. 800 kwanzas. Decisão é explicada com a alteração dos custos associados à importação de materiais. No mercado paralelo, preço do saco de 50 quilos já disparou 39% para os 2.500 kwanzas. 

 

Cimangola quer cimento a 10 USD

A Nova Cimangola perspectiva subir o preço do saco de cimento de 50 quilos nas próximas semanas, em mais de 72%. Em cima da mesa, está a possibilidade de elevação do preço de fábrica dos actuais 1.625 para os 2.800 kwanzas (cerca de 10 dólares), conforme antecipou ao VALOR fonte da empresa que justifica a decisão com os elevados custos operacionais associado à importação de materiais.

A medida, que ainda está em estudo, caso se concretize, levará à terceira subida do cimento desde o início do ano, quando o saco passou de 825 kwanzas para os 1.225. Em Maio, atingiu os actuais 1.625 kwanzas.

Andreia Martins, administradora da Fábrica de Cimento do Kwanza-Sul, admite, por sua vez, a possibilidade de aumentar o preço, “mas de maneira paulatina, 50 ou 100 kwanzas, e não de forma galopante”, nem tendo como “base o dólar”.

Enquanto isso, no mercado paralelo, nos últimos 30 dias, o preço do saco de cimento de 50 quilos disparou cerca de 39%, dos 1.800 praticado em Agosto, para os 2.500 kwanzas.

Fonte da Nova Cimangola descarta quaisquer responsabilidades da empresa quanto ao aumento dos preços no paralelo, assegurando que produz dentro das suas capacidades.

O VALOR apurou que uma das razões da subida do preço, na rua, tem que ver com a suspensão das vendas da fábrica de Bom Jesus, em Luanda, pertencente à chinesa CIF. Embora esteja a produzir, desde 17 de Agosto que a fábrica não vende cimento, facto que funcionários da CIF e comerciantes atribuem à dificuldade de importação de sacos da China. Dezenas de camiões vazios têm estado parados no exterior da fábrica chinesa, desde há duas semanas.

Segundo dados do Ministério da Indústria, Angola tem capacidade para produzir mais de oito milhões de toneladas/ano de cimento, representando um excedente de cerca de dois milhões, que podem ser exportadas. A procura interna anda à volta das seis milhões de toneladas/ano.

O país conta com as unidades de Bom Jesus, da empresa chinesa CIF, e a Nova Cimangola, ambas em Luanda. As duas unidades produzem mais de cinco milhões de toneladas. As outras unidades são a Secil, no Lobito, e a Fábrica de Cimento do Kwanza-Sul (FCKS).