Com 2023 perdido, que 2024 teremos?
Contrariamente às previsões positivas, 2023 está a ser um ano económico negativo para Angola. O Governo elaborou o Orçamento Geral do Estado mais optimista dos últimos anos.
Com o preço de referência do barril de petróleo a 75 dólares, o Governo estimava receitas e despesas de mais de 20,104 biliões de kwanzas. Uma inflação de 11% contra os cerca de 15% estimados pelo FMI. E um crescimento da economia de 3,30%, que seria suportado pelo crescimento de 2,98% do PIB petrolífero e 3,42% do não petrolífero. Em termos nominais, o PIB passaria de mais de 55,759 para mais de 61,012 biliões de kwanzas.
Por altura da discussão do Orçamento, questionei algumas pessoas sobre por que razão o Governo apostava em um OGE mais modesto? Lembro-me de ter feito ainda alguns rabiscos sobre onde se deveria cortar tanto nas receitas como nas despesas, mas um exercício que, confesso, desisti praticamente no início. A estrutura do nosso OGE não permite que amadores analisem e interpretem com facilidade.
Nunca se sabe, por exemplo, se determinado valor cabimentado para certo projecto é para a globalidade deste ou apenas para determinada fase. O que significa na prática as despesas com investimentos, cuja cabimentação no OGE-23 foi de mais de 3 biliões de kwanzas? Aqui encontramos despesas para a construção de imóveis, meios e equipamentos de transportes, aquisição de imóveis e mobiliários.
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