Corrida à exploração de lítio está a pisotear a lei e expõe Angola a altos riscos ambientais
ANÁLISE. Concessão de direitos mineiros para a exploração de lítio está em contramão ao Código Mineiro. Duas empresas australianas já têm aval do ministério de tutela no Namibe, onde grandes montanhas podem desparecer, e no Moxico. Especialistas exigem que seja publicado o estudo de impacto ambiental e que seja realizada auscultação pública sobre os riscos e a viabilidade da exploração do metal.
Angola começou, desde 2017, a lançar-se na exploração de minerais estratégicos identificados no Plano Nacional de Geologia. O lítio, a par do cobalto, grafite e elementos de terras raras da grafite fazem parte dos sete minerais tidos como críticos pela Agência Nacional de Recursos Minerais (ANRM), apesar de não existir ainda uma investigação aturada sobre estes minerais, muito menos sobre o impacto ambiental e social resultante da sua exploração.
Considerado um metal muito procurado no mundo, particularmente pela indústria automóvel e de telemóveis, o lítio passou a merecer a atenção das autoridades angolanas num altura em que muitos países analisam a relação custo benefício de avançar com a sua exploração devido aos danos ao ambiente.
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