Diplomacia económica garantiu mais de 11 mil milhões USD
O Presidente da República contabilizou nesta segunda-feira (15) em mais de 11 mil milhões de dólares de financiamento, resultado da “diplomacia económica” que promoveu em 2018.
“Durante o decorrer deste ano, tive a oportunidade de realizar uma série de deslocações oficiais a outros países com o objectivo de reforçar as relações de amizade e de cooperação, atrair o investimento estrangeiro, encontrar linhas de crédito para nos ajudarem a sanar os nossos problemas financeiros e diversificar a nossa economia, a criar riqueza e emprego e a desenvolver em geral o nosso país”, disse João Lourenço.
O chefe de Estado que discursava sobre o estado da Nação, que abriu os trabalhos da segunda sessão legislativa da IV Legislatura da Assembleia Nacional, em Luanda, lembrou que, em todas as visitas ao estrangeiro encontrou “a máxima abertura, compreensão e disponibilidade” para se fazerem investimentos em Angola.
“As novas leis aprovadas nesta ‘Casa da Democracia’ [parlamento], sobretudo ligadas à concorrência e ao fim dos monopólios, mereceram a opinião favorável de quem se via impedido de realizar negócios livremente, tendo hoje como condição única o respeito pela lei”, sublinhou.
Segundo João Lourenço, esta “intensa e inédita campanha diplomática” permitiu angariar financiamentos no valor de 11,2 mil milhões de dólares a que se juntam mais 579 milhões de euros de financiamento de Portugal e da França, perfazendo um total de 10.150 milhões de euros.
Entre este montante, figura um financiamento de 500 milhões de dólares do UKEF (Reino Unido) e a emissão de 3,5 mil milhões de dólares de ‘eurobonds’ – títulos da dívida pública emitidos em moeda estrangeira no mercado internacional -, “que tem permitido a gestão da dívida e o arranque de novos projectos de infra-estruturas e investimentos sociais de pelo menos quatro províncias, casos da Lunda-Norte, Lunda-Sul, Moxico e Kuando Kubango.
João Lourenço destacou que Angola recebeu também créditos de 500 milhões de dólares do KFW Bank (Alemanha) e um outro incluído na extensão da linha de crédito da COSEC (Portugal) em mais 500 milhões de euros (inicialmente era de 1.000 milhões de euros), após a visita a Angola do primeiro-ministro português, António Costa, a 17 e 18 de Setembro.
Na China, acrescentou, a “diplomacia económica” resultou na concessão de um crédito de 2.000 milhões de dólares do Banco de Desenvolvimento CDB, outro de 3.500 milhões de dólares do Banco Comercial e Industrial ICBC e de mais 620 milhões de dólares do EXIMBANK, bem como a oferta de 500 bolsas de estudo para o ensino superior anunciada pelo próprio Presidente chinês, Xi Jinping, após a mais recente visita de João Lourenço a Beijin, no início deste mês.
Por outro lado, em França, resultou também numa garantia de crédito 500 milhões de dólares do Crédit Agricole, bem como de 79 milhões de euros da Agência Francesa de Desenvolvimento. Segundo João Lourenço, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) disponibilizou ainda 110 milhões de dólares para o fomento da Agricultura, montante que está já a ser utilizado em projectos em Cabinda.
“No cômputo geral, esses financiamentos totalizam 11,2 mil milhões de dólares e mais 579 milhões de euros [Portugal e França], para além das manifestas intenções de investimento privado directo. É caso para se dizer que fizemos uma verdadeira diplomacia económica”, reivindicou.
Segundo João Lourenço, durante a campanha da diplomacia económica, Angola recebeu “simpatia e o encorajamento de todos os nossos parceiros políticos e económicos” para o combate “sem tréguas contra a corrupção e a impunidade”, factores que, admitiu, “também inibiam muitos dos potenciais investidores interessados”.
“Em todos esses países fizemos questão de frisar que Angola está aberta ao investimento privado estrangeiro, praticamente em todos os ramos da nossa economia.
“À União Europeia (UE), concretamente, apelamos para que estabeleça com os países africanos um novo paradigma de cooperação, que nos ajude a passar de meros exportadores de matérias-primas para produtores de produtos manufaturados e industrializados, de modo a podermos criar internamente maior oferta de bens, de serviços e de emprego”, terminou.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...