Cantina

E agora pergunto eu...

04 Sep. 2025 Opinião

Seja bem-vindo, querido leitor, a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de uma semana em que a nossa actualidade andou tão pejada de acontecimentos que quase nem merece olhar para fora. Tivemos um pouco de tudo, desde processos de investigação de brinquedo, a pedidos de demissão que não parecem ter sido pedidos, tivemos vitórias com recados, tivemos presidente vaiado, ex-presidente enaltecido pela semana do seu aniversário...

E agora pergunto eu...

Sobre os apupos quando o presidente entrou no estádio para saudar e entregar a taça aos campeões (viram-se muitos agradecimentos por só ter ido no fim do jogo - não fosse azarar) é preciso que se normalize o ser apupado. Quando um chefe de Estado e do estado de coisas se expõe à população que governa é que se pode ver se é popular ou não. Naquele estádio as vaias nem seriam sequer da população de renda mais baixa e por isso com mais motivos para estar insatisfeita com a governação ‘lourencista’, ali estaria de classe média para cima. Mas ainda assim os apupos são normais não só porque o governo tem arrasado também o poder de compra da classe media. Os apupos são normais ou até expectáveis também porque já os tínhamos visto na forma da derrota do MPLA em Luanda, nas notícias de que nem na sua mesa de voto o chefe teria ganho. Assim como já tínhamos visto pela forma como foi comemorada a dita cuja vitória eleitoral, com sorrisos amarelos e quase totalmente sem povo. Continuo a perguntar-me que dignidade real pode ter uma vitória nestes moldes...  Voltando às vaias e apupos, vale também lembrar que não são senão expectáveis, sendo que das eleições para cá o presidente pouco mais terá feito do que viajar, o que não contribui para um aumento da sua popularidade que se já anda nas lonas e só queda a cada voo. Neste contexto, aplausos é que seriam notícia. Com uma população cada vez mais empobrecida, cada vez mais roubada de qualidade de vida, de saúde, de educação, aplaudir uma governação que a tem prejudicado sem apelo nem agravo com a sua contribuição para o desemprego, para o aumento da pobreza em mais de 80 por cento em oito anos, notícia seria se a população aplaudisse o responsável, como faz o seu séquito que tem interesses em cargos e tachos. À população genérica falta o incentivo para fingir satisfação com a governação do chefe.

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