EM ACÇÃO

Na última semana, aconteceu o ‘1.º Fórum de Oportunidades de Investimento no Namibe’. Iniciativa do governo provincial, a actividade contou com a colaboração do Valor Económico, na qualidade de co-organizador. A nossa presença teve uma justificação simples. Foi uma forma de traduzirmos, na prática, o compromisso editorial de nos afirmamos como um verdadeiro parceiro do crescimento e do desenvolvimento económico e social de Angola.

Não é novo o entendimento de que o progresso que almejamos para o país deve passar necessariamente pelo aprimoramento das capacidades internas de se buscar os melhores caminhos. De se optar pelas melhores decisões e pelas melhores práticas. E isto não é possível sem o estabelecimento de consensos em relação às matérias fundamentais. A exibição das oportunidades de investimento no país é uma delas. Daí a importância do diálogo, da troca de experiências entre os vários operadores da economia e do contacto físico com as oportunidades.

O que aconteceu, no Namibe, este fim-de-semana, é um exemplo claro neste sentido. É a mensagem de que o objectivo da promoção das potencialidades do país não pode ficar encravado no discurso. É preciso acção, acima de tudo. Porque, para os investidores, a narrativa das boas intenções sabe sempre a pouco. Mais do que discursos repetitivos, quem tem dinheiro para aplicar quer provas de maior abertura. De flexibilidade e transparência no tratamento dos processos. Não interessa clamar pelo investimento privado com um novo texto legal mais apelativo, se no sentido prático os processos não evoluem. Se os operadores públicos decidem manter comportamentos avessos à simpatia que se pretende para os investidores. Quem acompanha os negócios e a economia, de forma geral, já ouviu, de certeza, algum empreendedor a queixar-se de requerimentos que apanham pó nas gavetas dos governantes. De pedidos de encontros com decisores públicos que nunca são atendidos, passe o tempo que passar. Relatos de projectos que não acontecem por incompreensível má-fé de quem decide são também comuns nas esferas dos negócios. Quanto valor acrescentado o país já desperdiçou afinal por conta de todo esse mau ambiente? É simplesmente impossível de calcular.

O espaço para a necessária evolução no clima de negócios é, portanto, largo. Além das causas mais sonantes, como a corrupção, as barreiras legais e as de natureza migratória, há que trabalhar naquilo que se toma erradamente por causas menores, como a consciência de servidor público.

É, resumidamente, por isso que iniciativas como o Fórum organizado pelo Governo do Namibe fazem todo o sentido. E é precisamente por esta razão que os demais governos provinciais deveriam pensar seriamente em replicar a ideia.