Escolas primárias sem condições para aulas presenciais
O Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof) disse hoje que a “maior parte” das escolas do país não tem condições de biossegurança para o regresso das aulas presenciais no ensino primário, previsto para 10 de Fevereiro.
Segundo o presidente do Sinprof, Guilherme Silva, o regresso das crianças da 1.ª à 5.ª classe, a 10 de Fevereiro próximo, “vai chocar com a falta de condições de biossegurança na esmagadora maioria das escolas do país”.
“As condições de biossegurança não estão criadas a nível do país nas escolas do ensino primário”, afirmou hoje em declarações à Lusa, salientando que existe “uma ou outra onde há condições, onde os gestores municipais têm uma certa dinâmica”,
“Há ainda escolas de “pau-a-pique”, sem carteiras, para as aulas que retomam e há mesmo responsáveis de algumas escolas, do sul do país, que nos disseram que os alunos terão de estudar debaixo de árvores para assegurar o distanciamento”, frisou.
O líder sindical deu conta que escolas primárias e secundárias do município do Changongo, no Cunene, têm condições de biossegurança, “mas resulta de uma parceria entre as autoridades locais e instituições privadas”.
“Mas noutras localidades por onde passámos não existem, como no Kwanza-Sul e Benguela, só para citar”, realçou.
Mais de dois milhões de alunos do ensino primário devem regressar às aulas presenciais a partir de 10 de Fevereiro.
A ministra da Educação, Luísa Grilo, considerou, na segunda-feira, que o reinício das actividades lectivas presenciais no ensino primário, previsto para 10 de Fevereiro, é um “sinal de confiança” na escola, fazendo um balanço positivo do primeiro trimestre de aulas presenciais.
Segundo o novo decreto presidencial, que actualiza as medidas de prevenção face à pandemia da covid-19 durante a situação de calamidade pública, em vigor até 9 de Fevereiro, os alunos do ensino primário (1.ª, 2.ª, 3.ª, 4.ª e 5.ª classes), cujas aulas estão suspensas desde Março de 2020 em resultado da covid-19, regressam a 10 de Fevereiro às actividades letivas presenciais.
As aulas da 6.ª à 13.ª classe, que recomeçaram a 5 de Outubro, bem como as do ensino superior, mantêm-se, mas ainda não há data para o reinício das actividades do pré-escolar.
Para o presidente do Sinprof, “é prematuro” fazer-se o balanço do primeiro trimestre das aulas do 1.º ciclo do ensino secundário (6.ª à 13.ª classes) porque “ainda decorrem a avaliação dos dados estatísticos”.
“Mas podemos dizer que as aulas presenciais decorreram dentro do condicionalismo da covid-19”, observou.
Luísa Grilo fez um balanço positivo do primeiro trimestre letivo presencial: “Não tivemos casos alarmantes, com exceção do Kwanza-Sul onde os alunos internos tiveram de ficar confinados, mas está tudo acautelado para que os dois trimestres que faltam decorram sem sobressaltos”.
A responsável adiantou ainda que o Presidente da República, João Lourenço, disponibilizou uma verba extra para que os governos provinciais assegurem as condições de biossegurança necessárias em todas as escolas.
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