Ex-funcionários do Banco Postal acusam BNA de fugir às responsabilidades
Os ex-funcionários do Banco Postal voltaram a acusar o Banco Nacional de Angola (BNA) de não cumprir as suas responsabilidades com o pagamento de salários e de compensações enquanto fiel depositário dos activos do banco e órgão regulador.
Numa reacção à entrevista à TPA do governador do BNA, os ex-funcionários manifestam-se indignados com as declarações de José de Lima Massano, de que "o banco faliu porque não estava tudo bem, caso contrário não teria falido".
Num comunicado a que o VE teve acesso, os ex-funcionários lembram que, na altura do anúncio da revogação da licença do Banco Postal, em Janeiro de 2019, o governador do BNA garantiu que estariam salvaguardos todos os direitos dos trabalhadores. “O BNA ao ter retirado a licença do banco, nada fez no sentido de acautelar os interesses dos ex-funcionários, contrariamente ao que tinha sido anunciado em conferência de impressa do dia 4 de Janeiro de 2019, a salvaguarda de direitos”, salienta o comunicado.
Os ex-funcionários admitem que a Lei de Instituições Financeiras "tem limitações” em não avançar os procedimentos de liquidação dos bancos, mas que o BNA, enquanto regulador, deveria proteger os “legítimos interesses desses profissionais bancários”. “O BNA empurrou a responsabilidade à Procuradoria-Geral da República deixando o futuro dos ex-funcionários à mercê de um processo judicial”, acusam os ex-funcionários.
No comunicado, é ainda descrito que que o banco central não “encerrou apenas um banco, mas que também, desapossou quase 500 famílias dos seus direitos inalienáveis”.
O BNA ordenou o encerramento do Banco Postal o ano passado, revogando as suas licenças de operação, alegando que estavam a cumprir o instrutivo que orientava a capitalização dos bancos até aos 7,5 mil milhões de kwanzas dentro do prazo que tinha terminado a 31 de Dezembro de 2018.
JLo do lado errado da história