Executivo trabalha num plano de exportação
EXPORTAÇÃO DE CIMENTO. Governo vai ceder à ‘pressão’ dos industriais de cimento, que defendem a exportação da produção que não encontra escoamento no mercado interno. Plano avança 2020 como o ‘timing’ provável para o início.
O Governo e a Associação dos Industriais de Cimento estão a trabalhar num plano sobre a viabilidade das exportações do produto, como forma de atender à preocupação dos produtores, face à fraca procura no mercado interno.
A informação foi avançada, na semana passada, pelo secretário de Estado da Economia, Sérgio Santos, e confirmada por Manuel Pacavira, presidente dos industriais do cimento.
“Se o problema identificado é a quebra do consumo interno, a subida do preço não se aconselha”, defendeu Sérgio Santos, reconhecendo “os esforços” que as unidades fabris fazem e que até justificam a subida. Mas, para já, o Governo defende a manutenção do preço, com a primeira solução para o escoamento a passar pela exportação.
O governante indicou haver questões “que devem ser estudadas”, uma das quais é sobre o preço a praticar no mercado externo, para que Angola tire vantagens. A outra é a desburocratização dos processos alfandegários. Nos cálculos do Executivo, olhando para estes aspectos, a exportação pode começar entre 2020 e 2021.
Sérgio Santos lembrou que as indústrias foram montadas num contexto em que o país estava em reconstrução e que precisava muito das empresas. Hoje, acrescentou, o cenário mudou, com a crise, muitas empresas tiveram de ser desmobilizadas.
Segundo Manuel Pacavira Júnior, do total de 6,6 milhões de toneladas de cimento de capacidade instalada, apenas 2,2 milhões foram produzidas, este ano, devido à baixa de consumo.
Enquanto os industriais se queixam da baixa do consumo, Cabinda, Cunene e Kuando-Kubango ainda importam cimento, gerando receitas para outros países. Sérgio Santos defende que isso está a acontecer devido a problemas de transportação, já que, se as unidades fabris garantirem a transportação do produto para estas províncias, o Governo pode alterar a medida.
JLo do lado errado da história