MILIONÁRIOS. Bilionária francesa tornou-se oficialmente a mulher mais rica do mundo, ultrapassando a norte-americana Alice Walton (herdeira da Walmart), com uma fortuna estimada em pouco mais de 45 mil milhões de dólares. Herdeira da L’Óreal detém 33% das acções.

Quem será a mulher mais rica do mundo?”, interrogaram-se os órgãos de comunicação, sobretudo especializados em negócios e heranças na sequência da morte da então mulher mais rica do mundo, Liliane Bettencourt, em Setembro de 2017. A interrogação devia-se à incerteza sobre se a filha seria a única herdeira, visto que em 1992 circularam informações dando conta que Francoise Meyers definiu que dois terços das suas acções ficariam para a filha e um terço para os dois netos (filhos de Bettencourt-Meyers). Liliane Bettencourt era detentora de 33,05% das acções da L’Oréal, criada pelo pai em 1907. No entanto, a lista de 2019 da Forbes World Billionaires, publicada a 5 de Março, confirma Francoise Bettencourt Meyers, herdeira do império cosmético da L’Oréal, na 15ª posição entre os mais ricos do mundo e a mulher com a maior fortuna, avaliada em 49,3 mil milhões de dólares.

A mãe esteve sempre na lista desde que a Forbes iniciou a publicação do ‘ranking’ em 1987. Bettencourt Meyers aumentou a fortuna em 7,1 mil milhões, ou seja, 17%, desde o ano passado. Estima-se que 90% da sua riqueza esteja vinculada às acções da empresa, que registou o seu melhor crescimento de vendas em mais de uma década no ano passado, com uma receita total de 30,6 mil milhões de dólares. A receita na Ásia-Pacífico saltou 20%, impulsionada pela China. A região já superou a América do Norte em termos de vendas. A mãe de Bettencourt Meyers, Liliane Bettencourt, filha do fundador da L’Oréal, Scheuller, passou a maior parte de sua vida a trabalhar na L’Oréal. Ela e as herdeiras do Walmart revezaram-se no título de mulheres mais ricas durante a maior parte das últimas três décadas que a Forbes vem acompanhando os ricos.

Liliane Bettencourt foi a mulher mais rica durante a maior parte dos primeiros 14 anos. Nos anos seguintes a 2001, foi surpreendida alguns anos pela filha do fundador do Walmart, e outros anos pela viúva. Bettencourt recuperou o primeiro lugar em 2006.

Bettencourt-Meyers também herdou da mãe uma fatia minoritária na Nestlé, além de jóias, obras de arte, imóveis em vários continentes, ouro e pedras preciosas guardados em cofres secretos espalhados pela Europa e perto de cinco mil milhões de dólares em activos líquidos, resultantes dos altos dividendos pagos pela líder mundial em cosméticos ao longo dos anos. Aos 65 anos, mora em Paris, é presidente da Fundação Bettencourt Schueller, fundada pela família. A organização filantrópica encoraja o progresso francês na ciência e nas artes, dando dinheiro e apoio a projectos em ciências da vida, progresso social e artesanato tradicional. A fundação doou para projectos, incluindo a pesquisa de neurónios, apoio a famílias de crianças autistas e corais franceses.

Além das actividades à frente da L’Oréal, Françoise Bettencourt-Meyers tem uma brilhante carreira intelectual. É pianista, assim como uma escritora reconhecida. É uma estudiosa e fez vários estudos sobre religiões.

O seu primeiro trabalho, publicado em 1994, aborda a mitologia grega. Em 2008, publicou ‘As trombetas de Jericó’, uma soma sobre a interpretação da Bíblia, esforçando-se para cruzar as abordagens judaica e católica. Este estudo foi elogiado pelos críticos e até recebeu o Prémio Laurel Verde em 2009.