Fundo tailandês investe em parcerias locais
INVESTIMENTO PRIVADO. Projectos angolanos podem contar com um fundo tailandês que exige a participação na gestão do projecto como sócio. Estava previsto beneficiar apenas projectos de infra-estruturas, mas foi redesenhado e outros sectores podem candidatar-se.
O fundo empresarial tailandês Centennial Energy Thailand vai disponibilizar 50 mil milhões de dólares para investir na criação de parcerias com empresários nacionais ligados ao sector produtivo. O acordo foi assinado a 30 de Novembro na Unidade Técnica Para Investimento Privado (UTIP), durante um encontro técnico empresarial que analisou o financiamento de projectos de investimentos privados.
O fundo não é um investimento directo, mas sim de apoio a projectos angolanos, e que conta com a participação tailandesa na gestão. Da mesma forma, “não exige garantia soberana”, explicou a representante da empresa de consultoria que intermediou o acordo, Celeste de Brito. “Resulta de um investimento individual de um fundo lícito que possui todas as certificações e garantias, sendo que a forma de investimento não se trata de empréstimo ou crédito, não exige garantia soberana nem bancária e obriga apenas que o proprietário do fundo participe na gestão do projecto como sócio, assegurando o retorno do investimento.”
Celeste de Brito garantiu que, de imediato, o fundo vai trabalhar com projectos já cadastrados e aprovados na UTIP e posteriormente com outros planos que venham a ser apresentados. Já há 13 projectos prontos a serem financiados, o que levou à assinatura deste acordo. O Centennial Energia Thailand já fez investimentos semelhantes no Vietname, Camboja, Myanmar e noutros países asiáticos.
De acordo com o presidente do conselho de administração do fundo, Raveeroj Rithchoteanan, os valores serão provenientes de um banco, sediado nas Filipinas, que serão depois transferidos para os EUA e, posteriormente, estarão disponíveis para os projectos em Angola.
Raveeroj Rithchoteana garante que o fundo “vai investir em projectos em todo o território nacional de uma forma uniforme”. Inicialmente, os responsáveis tailandeses planearam canalizar todo o valor para infra-estruturas, mas, atendendo às necessidades do país, outros sectores poderão ser beneficiados, como a habitação, a agricultura, as escolas e os hospitais, dependendo da disponibilidade e prioridades dos parceiros.
No entanto, os projectos a serem implementados, por via deste fundo, estão condicionados à aprovação do Presidente da República. O director da UTIP, Norberto Garcia, fez saber que essa aprovação “depende da viabilidade económica do projecto”, ou seja, “que demonstre ter impacto económico e social no local onde for implementado”. A intervenção da UTIP, sublinha Norberto Garcia, será apenas “na perspectiva de proporcionar facilidades, incentivos e benefícios para a realização dos projectos sem dificuldades maiores”.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...