Governo promete regularizar bolsas de estudo externas
BOLSAS DE ESTUDO EXTERNAS. Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE) promete regularizar situação de estudantes no exterior. Na semana passada, bolseiros com dificuldades manifestaram-se devido a atrasos nos subsídios, em Portugal.
O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) promete regularizar, de forma imediata, o pagamento dos subsídios de bolsas de estudo aos estudantes no exterior do país.
Numa nota enviada ao VALOR na passada sexta-feira, o Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE) garantiu que já está a trabalhar neste sentido, justificando que a actual situação [o atraso dos subsídios] “decorre da crise económica e financeira que o país atravessa e da escassez de divisas”, razão pela qual o INAGBE “está a envidar esforços em articulação com os parceiros directos em matéria de transferências de valores”.
De acordo com a nota, a regularização está a ser acautelada pelo Ministério das Finanças, o Banco Nacional de Angola (BNA) e o Banco de Poupança e Crédito (BPC) e “o MESCTI reafirma o seu empenho em solucionar rapidamente este problema, lamentando os constrangimentos causados”.
O INAGBE manteve, na semana passada, uma vídeo-conferência com os estudantes em Portugal para ouvir as suas inquietações e elucidá-los sobre a crise financeira que o país enfrenta e, sobretudo, o que o MESCTI tem feito para cumprir com as suas obrigações.
Estudantes receavam expulsão
O jornal ‘Nova Gazeta’ noticiou, na semana passada (quinta-feira 19), que dezenas de estudantes angolanos da Universidade da Beira Interior (UBI), em Portugal, realizaram, este mês, uma manifestação para reivindicar o pagamento de quatro meses de subsídios devidos pelo INAGBE.
Reunidos no Jardim do Goldra, um espaço público situado por trás da UBI, os estudantes, que acusavam o INAGBE de “mostrar há anos uma crise de responsabilidade”, exibiam cartazes e repetiam palavras de ordem como “antes da crise, já era assim” ou ainda “só queremos pensar nos livros, mas a fome não deixa”.
No total, rondam 400 bolseiros matriculados naquela universidade portuguesa, sendo 200 a frequentar a licenciatura e metade composta por mestrandos e doutorandos. Tudo começou quando, há duas semanas, os Serviços de Acção Social da Universidade da Beira Interior (SASUBI) alertaram os bolseiros angolanos alojados na residência universitária sobre as dívidas relativas ao pagamento da renda.
Receando que fossem expulsos das moradias, alguns estudantes foram publicando, nas redes sociais, textos sobre as dificuldades por que têm passado em Portugal. Como o assunto estava a ser bastante difundido, o vice-reitor da UBI para a área da internacionalização, João Canavilhas, em entrevista à Lusa, apressou-se a descartar qualquer possibilidade de os bolseiros angolanos serem expulsos, apesar do atraso no pagamento das rendas.
O responsável referiu que o alerta surgiu devido a um procedimento “normal e habitual” que a UBI leva a cabo a cada final de ano académico, quando revela aos estudantes com pagamentos em atraso o valor em causa e o prazo para a liquidação, além de solicitar o pré-pagamento da reserva para o ano seguinte.
“O INAGBE, com quem temos tido um excelente relacionamento, comprometeu-se oficialmente a pagar os valores que os alunos têm em atraso relativamente às mensalidades do alojamento nas residências”, assegurou João Canavilhas, antes de acrescentar que a UBI “alarga o prazo do pagamento relativo ao pagamento da pré-reserva”.
Os estudantes lembraram que o dinheiro que recebem do INAGBE não serve apenas para cobrir o alojamento, pelo que, ainda que os 200 acomodados na residência universitária não sejam expulsos, haverá sempre o sofrimento de não ter o que comer.
Contactada pelo jornal ‘Nova Gazata’, na semana passada, a directora-geral do INAGBE, Ana Paula Elias, recusou-se a prestar qualquer informação, alegando não ter autorização do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI).
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