João Lourenço: “quem deseja instabilidade está a mexer com segurança nacional em Angola”
Líder do MPLA reforçou a necessidade de combate à corrupção. E chamou ainda atenção para o facto de haver angolanos que alegadamente desejam “financiar instabilidade politica” no país, facto que prometeu acompanhar com “seriedade”.
O presidente do MPLA, João Lourenço, considerou hoje, 30, "surpreendente" o facto de cidadãos angolanos "evocarem, quem sabe desejarem, e até financiarem, uma provável instabilidade política" em Angola, tema que está a ser tratado com "seriedade" pois mexe com a segurança nacional.
João Lourenço, que discursava na sessão de abertura da 6.ª reunião ordinária do MPLA, a primeira que dirige desde que tomou posse como presidente do partido, em Setembro passado, fez um discurso maioritariamente voltado para o combate à corrupção.
O discurso do líder do MPLA não respondeu, directa ou indiretamente, às palavras do ex-Chefe de Estado José Eduardo dos Santos, que, depois de João Lourenço ter afirmado que encontrou "vazios" os cofres do Estado quando assumiu o poder, disse ter deixado 15 mil milhões de dólares em reservas internacionais líquidas - facto confirmado quinta-feira pelo Governo.
João Lourenço disse ainda que, "de forma pouco responsável", se confiou a "um jovem inexperiente" a gestão de biliões de dólares do país, salientando que o partido "não pode ficar indiferente e tem de bater o pé perante tamanha afronta aos verdadeiros donos desses recursos, o povo angolano".
Aos militantes do MPLA, o também chefe de Estado sublinhou que, "quando o partido tiver a coragem de assumir esta postura, então o país sairá a ganhar" porque, prosseguiu, "se o exemplo vier daí, haverá a certeza" de que toda a sociedade o seguirá.
Segundo João Lourenço, o MPLA deve ser aquilo que os eleitores e a sociedade esperam, aberto ao diálogo e que pela sua prática quotidiana e do exemplo dos seus militantes seja uma referência moral para os angolanos. O líder partidário disse também que a melhoria de condições dos cidadãos deve ser mediante um processo de distribuição de riqueza por via de políticas pública e sociais, de uma gestão responsável e rigorosa dos recursos que o país dispõe e que a todos deve beneficiar.
“O país vive novos tempos com uma oposição mais combativa, uma imprensa mais livre e investigativa, uma sociedade civil mais interventiva e rigorosa na exigência ao estrito cumprimento da lei, do respeito pelo erário pública e pelos direitos e garantias fundamentais dos cidadãos”. Para João Lourenço, a força deste “grandioso MPLA” reside no facto de ser um partido que está em contínua renovação, adaptando-se sempre às condições das várias fases de luta do povo angolano e que o mantêm firme, unido e coeso.
Denunciou os militantes que “a coberto do partido e da sua condição de dirigentes lesam gravemente o interesse público, cometem desmandos, arbitrariedade e abusos do poder em detrimento de pacatos cidadãos, evocando a figura caricata do camarada ordens superiores que deve ser banido e deve passar a ter nome e rosto”.
Na abertura da reunião que termina sábado, João Lourenço considerou a diversificação da economia “fundamental”, assim como os activos que foram transferidos ilicitamente para o estrangeiro.
Sobre as eleições autárquicas o presidente do partido no poder, afirmou que estas vão ser realizadas de forma gradual, numa primeira fase, e num período de dois anos em todos os municípios do país.
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