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Durante o discurso sobre o estado da Nação

João Lourenço quer mais aposta na agricultura

O Presidente da República considerou hoje (15) que o desenvolvimento da agricultura é um "imperativo nacional", para garantir a autossuficiência alimentar e reduzir as importações e os gastos em divisas.

 

João Lourenço quer mais aposta na agricultura

No discurso sobre o estado da Nação, que marcou a abertura solene dos trabalhos da segunda sessão legislativa da IV Legislatura da Assembleia Nacional, João Lourenço apelou ao investimento no sector agrícola, lembrando as vantagens para o desenvolvimento económico do país fora da esfera petrolífera.

O chefe de Estado lembrou ainda que estão em curso programas integrados de desenvolvimento local, que, a par de reformas no plano social e educacional, trarão benefícios a médio e longo prazos para as populações mais desfavorecidas.

Na educação, João Lourenço destacou os esforços do executivo na criação de condições para melhorar o ensino, quer através da aprovação do Estatuto da Carreira Docente, quer no estabelecimento das novas regras de procedimento para 20 mil novos professores, quer ainda na construção de novas escolas e na recuperação de outras, para melhorar o rácio professores/alunos e o nível de ensino.

As mesmas medidas estão a ser tomadas no sector da Saúde, em que o Governo aprovou o Regime Jurídico de Enfermagem e da Carreira Médica, estando aberto o concurso para a inserção de 7.000 novos funcionários médicos e de enfermagem, a par dos 33 projectos em 13 províncias que vão permitir construir ou renovar hospitais.

No ambiente, João Lourenço destacou as novas medidas de protecção da biodiversidade em Angola, nomeadamente as relacionadas com espécies em vias de extinção que, sendo símbolos nacionais, necessitam de ser revitalizadas, como a palanca negra gigante, o elefante, o hipopótamo e o rinoceronte.

Juventude entre as preocupações

Para o Presidente a questão da juventude está também no "centro das preocupações" do Governo, pelo que apelou aos jovens para se concentrarem no estudo, no desporto e no trabalho, aproveitando as novas tecnologias da informação como ferramenta para assegurar o futuro.

Na cultura, João Lourenço recordou estar em curso a revitalização do sector, nomeadamente no reforço da política do livro e da leitura, enquanto, na área da comunicação social, saudou o "maior dinamismo da imprensa, mais próxima das populações", destacando a legislação que irá permitir a abertura de novos canais de rádio e de televisão no país.

O chefe de Estado lamentou ainda a "degradação precoce" de algumas infra-estruturas desportivas criadas recentemente, numa alusão aos estádios de futebol construídos para a Taça de África das Nações (CAN), competição que Angola acolheu em 2010, bem como de vários pavilhões multiúsos, apelando a "contribuições" da sociedade e dos empresários para que o problema possa ser ultrapassado.

Ganhos no combate à impunidade

João Lourenço garante que, no primeiro ano de mandato, o Executivo conseguiu pôr um freio e anular algumas práticas que lesavam o erário público e os interesses do povo angolano. Apesar de reconhecer que os resultados das medidas tomadas ainda não são visíveis para todos, porque carecem de tempo, prometeu continuar a lutar contra a impunidade.

O Presidente espera que Angola possa ser, nos próximos anos, uma referência em termos de transparência, desenvolvimento e bem-estar dos cidadãos em África e não só.