Caso ‘500 milhões’- para alegações finais

Julgamento de Zenu retoma a 30 de Junho

24 Jun. 2020 De Jure

O julgamento do chamado caso ‘500 milhões’, que envolve o filho do ex-Presidente e ex-presidente do Fundo Soberano de Angola, Zenu dos Santos, e o antigo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Válter Filipe, vai ser reiniciado na próxima terça-feira, 30 de Junho.

Julgamento de Zenu retoma a 30 de Junho
D.R

Segundo um despacho a que a Lusa teve acesso, datado de 22 de Junho e assinado pelo juiz que preside ao colectivo, João Pitra, o julgamento em que são arguidos o filho de José Eduardo dos Santos, o ex-governador do BNA, Valter Filipe, o director do departamento de gestão de reservas da instituição, António Bule Manuel, e o empresário Jorge Sebastião, será retomado com as alegações das partes.

Inicialmente, as alegações finais do julgamento sobre a suposta transferência indevida de 500 milhões de dólares do Banco Nacional de Angola para o exterior do país, estavam marcadas para 25 de Março, mas o tribunal adiou a sessão, sem data, devido às medidas de contingência adoptadas entretanto para conter a propagação do novo coronavírus.

A última sessão do julgamento iniciado em 9 de Dezembro de 2019 aconteceu a 10 de Março. Os arguidos Válter Filipe e António Bule Manuel são acusados dos crimes de peculato, burla por defraudação e branqueamento de capitais. José Filomeno ‘Zenu’ dos Santos e Jorge Sebastião são acusados dos crimes de tráfico de influência, branqueamento de capitais e burla por defraudação.

O caso remonta a 2017, altura em que Jorge Sebastião apresentou ao filho do ex-chefe de Estado uma proposta para o financiamento de projectos estratégicos para o país, que este encaminhou para o executivo, por não fazer parte do pelouro do Fundo Soberano de Angola.

O objectivo era constituir um Fundo de Investimento Estratégico que captaria para o país 35.000 milhões de dólares.

O negócio envolvia como "condição precedente", de acordo com um comunicado do Governo, emitido em Abril de 2018, que anunciava a recuperação dos 500 milhões de dólares, a capitalização de 1.500 milhões de dólares por Angola, acrescido de um pagamento de 33 milhões de euros para a montagem das estruturas de financiamento.