INVESTIMENTO.Instituições privadas do ensino superior podem subir os preços das propinas até 39 mil kwanzas, segundo uma autorização do Ministério do Ensino Superior. No entanto, há instituições que se encontram, desde o ano académico passado, a cobrar mais de 40 mil kwanzas.

Cálculos feitos, com base nos 39 mil kwanzas autorizados pelo Governo, a licenciatura numa universidade privada pode custar, pelo menos, 1.560.000 kwanzas, (só de propinas para cursos de quatro anos). A fasquia sobe quando se adicionam outros custos, como material didáctico, transporte e emolumentos (inscrição, confirmação de matriculas, exames de recursos), sem esquecer o valor da beca. A universidade Lusíada, por exemplo, já cobra 39 mil kwanzas para todos os cursos.

O ‘dossier propinas’ é o assunto que mais provoca ‘dores-de-cabeça’ aos estudantes que se queixam dos valores “exorbitantes”. Em Dezembro do ano passado, por exemplo, estudantes da Universidade Católica de Angola (UCAN) chegaram a realizar uma manifestação precisamente contra a decisão da reitoria, que determinou a subida das mensalidades de 35 para 37 mil kwanzas. Mas a pressão dos estudantes não fez recuar a instituição.

Agora, com a autorização do Ministério do Ensino Superior, muitas instituições universitárias já se encontram a alterar as tabelas de preços de propinas, alegadamente para conformá-las à actual situação cambial. O limite de 39 mil kwanzas estabelecido pelo Ministério distancia ainda mais o valor das propinas no ensino superior, face ao salário mínimo nacional, que ronda os 20 mil kwanzas. No entanto, este aumento do custo da formação superior reflecte-se também nos níveis de procura destas instituições. Uma fonte da Universidade Independente de Angola (UNIA), que preferiu não identificar, avançou que o número de inscrições de candidatos vem reduzindo consideravelmente nos últimos quatros anos. “E a UNIA não aumenta constantemente os preços das propinas. Mas, mesmo assim, as pessoas têm dificuldades de pagar”, sublinhou a fonte.

SEMANA DO ARRANQUE

Esta semana, arranca o ano académico/2017 nas instituições do ensino superior. 1 de Março é o dia oficial de abertura, segundo a calendário académico do Ministério do Ensino Superior. O calendário poderá ser alterado, tendo em conta as eleições de 2017, previstas para Agosto, mas ainda sem dia marcado.

No último dia 25 de Fevereiro, foram publicados os resultados dos exames de acesso e da época especial. Entre 17 e 29 de Abril, estas instituições deverão realizar a primeira outorga de diplomas dos finalistas, sendo, de 14 a 28 de Agosto, o período marcado para a segunda entrega de diplomas, sem interrupções de aulas.