Luanda Leaks e a pista sobre assalto informático na Sonangol
Rui Pinto confirma a suspeita inicialmente lançada por Sindika Dokolo. O hacker português assume ter sido o responsável pelo desvio dos mais de 700 mil documentos que dão lugar ao Luanda Leaks e que têm Isabel dos Santos no centro das atenções.
A confirmação do hacker provoca uma discussão entre o estatuto que se lhe deve atribuir: denunciante ou criminoso. A interrogação, que tem na eurodeputada Ana Gomes o rosto principal, faz sentido visto que Rui Pinto está a ser julgado em Portugal por 90 crimes de acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão na sequência do Football Leaks. Mas, no caso do Luanda Leaks, as autoridades portuguesas dão sinais de aprovar o acesso indevido de Rui Pinto aos arquivos de Isabel dos Santos.
Independentemente dos argumentos que se possam apresentar para colocar o hacker em uma ou outra condição, a verdade é que, ao reivindicar o vazamento dos documentos do Luanda Leaks, Rui Pinto se coloca como principal suspeito do assalto informático à Sonangol em meados de 2019. Segundo cálculos, este assalto terá ocorrido pouco depois do assalto aos dados de Isabel dos Santos. Pura coincidência? Pode até ser, mas de difícil aceitação.
Portanto, a possível participação de Rui Pinto no assalto informático e consequente queima de ficheiros na Sonagol deve constar, agora, das principais preocupações das autoridades angolanas. Tanto pelos conteúdos e documentos confidenciais que terão como para descobrir quem terá colaborado com Rui Pinto para que, ao invés de denunciar, queimasse os ficheiros.
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