APESAR DO ABRANDAMENTO DEVIDO À CRISE

‘Lupa’ sobre a indústria identifica mais de 7 mil unidades

CENSO. Levantamento da Indústria, que iniciou em 2013 e que terminou em 2015, registou, em todo o país, a existência de 7467 unidades industriais, 63% das quais em situação irregular.

O censo da indústria teve o objectivo de ‘radiografar’ o tecido empresarial nacional, número de unidades, distribuição por província, situação jurídica, perfil de mão-de-obra do sector, entre outros, até 2015, e identificou 7.467 unidades industriais distribuídas pelo país a fora.

O censo permitiu aferir também a propriedade das unidades industriais e concluiu que a propriedade privada representa 94,4% do total de indústrias identificadas. Das 25 unidades paralisadas, na sua maioria são do subsector alimentar, em especial do sector do café, moagens de cereais, de óleo alimentar e conserva. Fazem ainda parte da lista das paralisadas, serrações de madeira. Grande parte das indústrias identificadas pelo censo tem situação jurídica irregular, apenas 17% possuem alvará industrial. Quanto à mão-de-obra empregada por estas indústrias, 86.384 funcionários, o censo constatou também um baixo nível de mão-de-obra qualificada em metade dos empregados, sendo que apenas 1,9% da mão-obra é composta por licenciados em economia ou engenharia. A aceleração da indústria, sobretudo da transformadora é um dos desafios do Governo, inscrito no PND, entretanto, a falta de financiamento constitui um obstáculo.

CRISE OBSTACULIZA CRESCIMENTO

Em 2002 o país tinha menos de duas mil industrias transformadoras que empregavam cerca de 30 mil trabalhadores, representando 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Entre 2002 e 2008, o crescimento registado pela indústria nacional foi positivo, tendo entrado em funcionamento mais de 140 unidades industriais durante este período.

Apesar do abrandamento do crescimento da indústria em 2009, em consequência da crise mundial, no período 2009-2013, foi registado um crescimento contínuo do sector, até 2014 quando o sector voltou a registar abrandamento. A dificuldade no financiamento constitui um dos principais obstáculos, como admitiu, na terça-feira, a ministra da Industria, Bernarda Martins. “Vivemos um período macroeconómico não muito favorável ao investimento, principalmente devido à queda brusca do preço do petróleo que ainda não recuperou para valores razoáveis, além do problema cambial” lembrou.

Entre 2012 e 2014, o subsector da alimentação, bebidas e tabaco investiu 1.775. 075 milhões de kwanzas. O da indústria metalúrgica, máquinas e do material de transporte, no mesmo período, foi de 486. 717 milhões de kwanzas.