ANGOLA GROWING
RESULTADOS DA VISITA DE JOÃO LOURENÇO A PARIS

Mais de 80 empresas querem investir em Angola

DIPLOMACIA. Mais de 80 empresas francesas manifestaram interesse em investir em Angola. Relações bilaterais saíram reforçadas com deslocação de João Lourenço a Paris.

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Mais de 80 empresas francesas manifestaram interesse em investir em Angola, depois de terem recebido informações sobre as mudanças no país por parte do Presidente da República, durante a visita que efectuou a França.

O interesse das empresas foi revelado pelo presidente da Associação dos Empresários Franceses em Angola (AEFA), em declarações ao VALOR. Frederico Crespo, que também é conselheiro empresarial da Embaixada de França em Angola, acredita que, até ao final deste ano, várias empresas francesas devem chegar a Angola para propor serviços, com o financiamento da Cooperação Francesa e da Agência Francesa para o Desenvolvimento, estimado em mais de 100 milhões de euros.

Em Angola, operam perto de 100 empresas gaulesas que, no conjunto e até 2017, criaram 25 mil empregos, de acordo com dados de Frederico Crespo.

A petrolífera Total é a principal referência, mas há também uma grande presença nas áreas da logística, bebidas, vidro e investimento na agricultura.

As relações Angola/ França ficaram ‘azedas’, durante um período devido ao caso ‘Angolagate’, episódio que, segundo Frederico Crespo, foi “triste”. Porém lembra que o ‘Angolagate’ foi um assunto político-diplomático que não tocou nas empresas que já estavam no país e que fora do sector petrolífero “não se sentiu nenhum problema decorrente deste caso”.

Philippe Frederic, administrador delegado do grupo Castel, em Angola, fez parte da delegação de empresários que viajou com João Lourenço a Paris e ficou convicto de que a visita ficou “acima das expectativas”, esperando agora que os acordos “se traduzam em projectos que tenham impacto na vida das populações”.

João Lourenço escolheu França como primeiro destino para uma visita oficial à Europa, enquanto Presidente da República. Assinou acordos nos domínios da cooperação económica e financeira, militar, cultura e educação, o que, para Philippe Frederic, pode mudar a página das relações bilaterais”.

ATRASOS COM FRANCESES

São mais de 500 milhões de euros que as empresas francesas têm em atraso na banca, nos últimos dois anos, o que, segundo a AEFA, faz com que muitas empresas se sintam forçadas a reduzir o pessoal para a contenção de custos.