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ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE ALERTA PARA UMA TENDÊNCIA DE AUMENTO

Mais de 92% da população mundial respira ar poluído

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA. Investigadores da OMS não têm dúvidas de que a poluição ambiental do ar se tenha tornado no maior desafio para a saúde pública mundial. África está entre os continentes mais afectados.

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Pelo menos nove em cada dez pessoas, na população mundial, respiram ar poluído e contaminado. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS), que, na semana passada, avançou que, todos os anos, morrem sete milhões de pessoas por causas directamente relacionadas com a poluição e os níveis de contaminação permanecem “perigosamente elevados” em várias regiões do globo.

“O mais dramático é que os valores estabilizaram. Apesar das melhorias alcançadas e dos esforços postos em prática, a imensa maioria da população mundial, 92%, respira ar contaminado em níveis muito perigosos para a saúde”, afirmou a directora de Saúde Pública e Meio Ambiente, María Neira, citada pela agência EFE.

Segundo os investigadores deste estudo da OMS, os níveis de contaminação do ar têm-se mantido estáveis ao longo dos últimos seis anos, com ligeiras melhorias na Europa e no continente americano.

Em causa, está a poluição com partículas minúsculas que entram profundamente nos pulmões e no sistema cardiovascular, causando doenças potencialmente mortíferas, como derrames cerebrais, ataques de coração, obstruções pulmonares e infecções respiratórias.

De acordo com a OMS, em 2016, o ar poluído no exterior causou a morte a 4,2 milhões de pessoas. A poluição de interiores, relacionadas, por exemplo, com o uso de tecnologia ou de fontes de energia poluentes na cozinha terá causado 3,8 milhões de mortes.

Os países mais pobres, na Ásia, África e Médio Oriente, são os que registam a maior percentagem de mortalidade causada pela poluição, que apresenta níveis cinco vezes superiores ao estabelecido pela OMS. No esforço de alterar o panorama, a directora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS deu como exemplo a China, que politicamente se propôs reduzir os “níveis de contaminação altíssimos”. “A poluição ambiental é o maior desafio para a saúde pública mundial”, concluiu.