O acordo que se esperou…
Na semana passada os leitores do jornal português ‘Expresso’, e sequencialmente de muitos mais órgãos, foram brindados com uma notícia dando conta que Isabel dos Santos e o Estado angolano estavam a negociar o pagamento dos valores reclamados pelo Estado e que estiveram na base da decisão do arresto das participações de Isabel dos Santos em diversas empresas em Angola.
Mesmo muitos que festejaram a decisão do Tribunal de Luanda de arrestar os bens da empresária aplaudiram a notícia do início das negociações que trariam dinheiro invés de ódios.
Entretanto, seguiu-se um balde de água fria. “Fake News”, revelam fontes próximas à empresária para depois ser a vez de a PGR desmentir em comunicado. Seguindo-se o Presidente João Lourenço a negar não só a existência de negociações em curso como a possibilidade de vir a acontecer no futuro. Portanto, está decretado…
…Será o tribunal a decidir se Isabel dos Santos abusou do sistema então existente, sistema este que foi praticamente decretado, idolatrado e em que todos participaram. A empresária pode estar a ser vítima por ‘aproveitar’ da melhor forma as oportunidades que o tal sistema criou com a aprovação, por exemplo, de um decreto a oficializar que a Sonangol e outras empresas públicas com capacidade financeira financiassem e ou participassem em projectos privados.
Estaria, por exemplo, Isabel dos Santos a enfrentar o que está a enfrentar se esbanjasse apenas em festas, viagens e outras diversões do mundo cor-de-rosa e investisse em negócios insignificantes ou falidos o empréstimo que tomou da Sonangol como terão feito muitos outros que participaram e beneficiaram deste sistema?
No entanto, contra a empresária pesa o argumento de beneficiar mais do que todos os outros por ser filha do então Presidente da República. Xeque-mate? Acreditar que sim, seria ignorar que, mesmo no sistema actual, existem empresários com maiores oportunidades que os outros por, provavelmente, convencerem o Governo, através dos seus feitos, que merecem mais apoios que outros. Portanto, sem um acordo, resta esperar pelos argumentos das partes no momento certo, pois tudo indica que não faltarão argumentos para as partes. Pena é que até lá alguns das empresas arestadas pelo Tribunal de Luanda dificilmente escaparão à morte.
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