Pai Querido mereceu o voto de confiança do PR?

15 May. 2024 César Silveira Opinião

Presidente da República renovou o mandato de todo o conselho de administração da Sonangol, liderado por Sebastião Pai Querido, que gere a petrolífera desde 2019. Pai Querido substituiu Carlos Saturnino que se manteve no posto por apenas 18 meses e que foi exonerado na sequência de crise do combustível que deixou João Lourenço com os nervos à flor da pele, de tal sorte que ignorou o papel de Saturnino no ‘dossier’ Isabel dos Santos.

 

Pai Querido mereceu o voto de confiança do PR?

Carlos Saturnino foi a escolha de João Lourenço para substituir Isabel dos Santos e foi ele quem, pela primeira vez, apontou que a ex-gestora havia realizado uma transferência de 38 milhões de dólares (31,1 milhões de euros), após a sua exoneração. Esta é uma das acusações que pesa contra a filha do antigo presidente.

No entanto, alguns dias antes de exonerado Carlos Saturnino perdera uma guerra silenciosa. A Sonangol deixou de ser concessionária e Saturnino não foi o indicado para liderar a nova concessionária, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustível que assumia a função em Abril do mesmo ano, deixando a petrolífera ‘mais pobre’. Ora, é esta Sonangol que Pai Querido encontra, cujo principal desafio passou então a ser o de transformar a empresa, cujos bons resultados eram assegurados essencialmente pela função de concessionária, numa verdadeira petrolífera. Passados cinco anos desde que segurou o leme, os resultados estão longe de espelhar o sucesso. Os resultados da empresa continuam grandemente dependentes do valor do petróleo, visto que, em termos de volume, quase nada mudou. A quota de produção operada pela Sonangol, em finais de 2023, apenas representou 2,05%, depois de terminar 2022 com 1,88%. Portanto, não é pelos resultados deste grande, e até mesmo o maior desafio da Sonangol, que Pai Querido e colegas beneficiaram do voto de confiança de João Lourenço. Então por que será?

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César Silveira

César Silveira

Editor Executivo do Valor Económico