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Em causa amortização da dívida, a médio e longo prazos

Parte do empréstimo chinês a Angola vai pagar dívida aos credores

O ministro das Finanças, Archer Mangueira, garantiu ontem (10), em Beijing, que "parte" dos 2.000 milhões de dólares que serão financiados pelo governo da China "servirá para regularizar" a dívida com os credores chineses.

 

Parte do empréstimo chinês a Angola vai pagar dívida aos credores

Em declarações à imprensa, a propósito dos acordos rubricados na terça-feira (9) entre os governos de Angola e da China, Archer Mangueira, disse ser pretensão das autoridades angolanas concorrer, com esse novo crédito, para a amortização da dívida, a médio e longo prazos.

A linha de crédito é parte de um acordo assinado entre o Ministério das Finanças e o Banco de Desenvolvimento da China, no quadro da visita oficial que João Lourenço, terminou ontem (10) na China.

Sem especificar a taxa de juro a aplicar no âmbito desta nova linha de crédito e os termos do reembolso, Archer Mangueira indicou que o novo financiamento da China também se destina à execução de projectos capazes de criar rendimentos para o país.

"Será destinado a financiar projectos que possam alavancar o sector produtivo de tal maneira que possam, a médio e longo prazos, aumentar o volume de receitas, principalmente as voltadas para a exportação", sublinhou o ministro das Finanças.

Segundo Archer Mangueira, é ainda propósito das autoridades angolanas que o novo financiamento possa "reduzir a pressão sobre a balança de pagamentos e o ‘stock’ da dívida", além de "criar novas áreas de dinamização da economia e novos espaços para o desenvolvimento socioeconómico".

O governante adiantou terem sido já identificados vários projectos que beneficiarão da nova linha de crédito, designadamente nos sectores da construção, energia e águas e indústria, capazes de alavancar a produção, diversificar a economia e alterar a actual trajectória do endividamento público do país.

O crédito será atribuído no quadro das facilidades que têm sido acordadas e negociadas entre as autoridades angolanas e o Banco de Desenvolvimento da China, explicou.