PR condecora 72 personalidades civis e militares
O Presidente da República condecorou hoje (10) 72 personalidades civis e militares, entre elas o histórico nacionalista Viriato da Cruz, no quadro das cerimónias do 43.º aniversário da independência nacional, que se celebra no domingo (11).
A Viriato da Cruz, falecido em 1974, foi atribuído, a título póstumo, a mais alta condecoração de Angola, a Ordem da Independência 1.º Grau, ao lado de nomes como o cónego Manuel das Neves, Pedro de Castro Van-Dunen ‘Loy’, Ambrósio Lukoki, o bispo fundador da igreja tocoísta Simão Gonçalves Toco, Deolinda Rodrigues Eduardo, Jonatão Chungunji e Ilídio Thomé Aires Machado.
Oito outras personalidades foram distinguidas com a Ordem de Mérito Civil, entre as quais Almerindo Jaka Jamba, além de ter sido atribuída ao cardeal Alexandre do Nascimento e ao bispo Emílio de Carvalho a Ordem de Mérito Civil 1.º Grau.
Entre as condecorações militares, João Lourenço outorgou a oito generais a mais alta distinção – David António Moisés ‘Ndozi’, Fernando Brica, Jacob Caetano João ‘Monstro Imortal’, Gilberto Teixeira da Silva ‘Gika’, Nicolau Gome Spencer, Pedro Maria Tonha ‘Pedalé’, Augusto Lopes “Roca Monita”, Joaquim Cardoso ‘Janguinda’ e Paulo da Silva Munchungo ‘Comandante Dangereux’.
O antigo general e dirigente da Unita Arlindo Chenda Pena ‘Ben Bem’ foi agraciado, a título póstumo, com a Medalha de Mérito Militar 1.ª Classe, entre outros seis antigos combatentes.
Já na parte civil, o cantor e compositor angolano José Adelino Barceló de Carvalho, conhecido por ‘Bonga’, e a selecção angolana de futebol adaptado, que recentemente se tornou campeã do mundo, receberam a Medalha da Bravura e do Cívico e Social 1.ª Classe.
No acto, que decorreu no Palácio Presidencial, João Lourenço realçou que a “cerimónia de outorga de condecorações, ordens e medalhas de diferentes graus e classes”, destina-se a um “grupo de cidadãos que, ao longo da história recente, e em circunstâncias muitas vezes adversas e perigosas, prestaram relevantes serviços à Nação”.
“Imbuídos do mais nobre espírito altruísta, entregaram-se de corpo e alma na defensa do interesse nacional, colocando ao serviço da Nação o seu saber, sua coragem e abnegação, sua arte, sua fé, numa palavra, seu patriotismo”, sublinhou.
Segundo João Lourenço, trata-se de “figuras” que se destacaram nas frentes de combate na defesa da independência e da soberania, os que lutaram “com todas as energias na defesa da paz e reconciliação nacional entre os angolanos” e os que se destacaram nas artes, na cultura, no desporto e na ciência.
O chefe de Estado não esqueceu o lado religioso das condecorações, ao destacar os que, “expandindo o evangelho, a fé e a necessidade do perdão entre os homens”, acabaram por “contribuir para o sucesso de todos, para a vitória da paz sobre a guerra e do perdão sobre o ódio, em prol da reconciliação entre os angolanos”.
“Os contemplados fazem parte de diferentes extratos da nossa sociedade, mas têm em comum o facto de serem humildes, sacrificados, que se despiram do egoísmo e da vaidade, que acreditaram sempre que a chave do sucesso está só no trabalho abnegado do dia a dia, na luta pelos nobres ideais que abraçamos, não importando os sacrifícios que tenhamos de consentir para os alcançar.
Por isso são vencedores, por isso são heróis, cada um à sua dimensão”, afirmou.
Nesse sentido, João Lourenço sublinhou que a cerimónia é a “expressão do reconhecimento dos angolanos e da pátria angolana” pelos feitos de todos, por tudo quanto fizeram ou têm vindo a fazer pelo “engrandecimento do bom nome” de Angola.
“Para aqueles que já não fazem parte do nosso convívio, a quem foram outorgadas ordens e medalhas a título póstumo, a nossa mais singela homenagem. Prostramo-nos perante a vossa memória, com respeito e admiração”, acrescentou.
“Para os nossos jovens e para as gerações vindouras, o nosso apelo para que sigam o exemplo dos contemplados nesta cerimónia, o exemplo dos nossos campeões mundiais de futebol adaptado, cuja proeza está a ser mundialmente reconhecida, pois este é o caminho que gostaríamos de ver a ser trilhado por todos os angolanos, o caminho do sucesso, o caminho da honra”, concluiu.
“Quem no fundo acaba por ter poder sobre o judicial...