João Lourenço garante resultados do repatriamento de capitais em breve
Os bispos católicos anunciaram esta terça-feira que o Presidente João Lourenço assegurou que “em breve” serão conhecidos os resultados do processo de repatriamento de capitais ilícitos, considerando que Angola está num contexto de “penúria e muita delicadeza”.
O contexto sociopolítico do país é, de facto, de muita delicadeza. Quando há pobreza, há crise, todo mundo pede, todo mundo chora, mas as repostas tornam-se muito difíceis, porque não estamos na abundância do passado, mas estamos numa penúria que já nos leva há mais de sete anos”, afirmou esta terça-feira o porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Belmiro Chissengueti.
Em declarações, no palácio presidencial, em Luanda, após os prelados católicos serem recebidos, em audiência, por João Lourenço, o bispo Belmiro Chissengueti deu conta que o repatriamento de capitais ilícitos foi um dos pontos abordados.
Sobre o assunto, o também bispo de Cabinda fez saber que João Lourenço garantiu aos bispos da CEAST, presentes no encontro, que “brevemente ou a seu tempo” as autoridades competentes empenhadas nesse processo, nomeadamente a Procuradoria-Geral da República e o Ministério das Finanças, “darão a informação pontual a respeito disso”.
O “difícil” quadro socioeconómico do país, “agravado nos últimos dias com a queda do preço do petróleo”, o maior suporte da economia angolana, também constitui preocupação dos bispos católicos apresentada ao Presidente. “De maneira que temos de tomar consciência de tempos de bastante austeridade e dificuldade e que exigirão a compreensão e colaboração de todos”, sustentou.
Para o porta-voz da CEAST, no quadro de “muita dificuldade” que o país vive, atenção especial deve ser dada “às franjas mais vulneráveis da população para que não sejam muito atingidas” pelo flagelo. “Vimos também a questão da ordem social que é necessário ajudar a garantir e também outras opções que o Estado deve tomar para que se possa salvaguardar a paz e a reconciliação nacional”, acrescentou.
Esta terça-feira, o bispo Belmiro Chissengueti assinalou ainda que a basílica da Muxima vai contribuir para o turismo religioso, será um espaço “gerador de empregos diretos e indiretos” e durante a vida do empreendimento “muitos irão de encontrar ali o seu ganha-pão”.
Este projeto foi lançado em 2008 pelo então Presidente José Eduardo dos Santos que, cerca de um ano depois, aquando da visita pastoral de Bento XVI a Angola, mostrou a maqueta ao papa e ofereceu a futura basílica à Santa Sé.
Os bispos da CEAST estiveram reunidos, até este domingo, na vila da Muxima, município da Quiçama, para analisar questões ligadas à protecção da família, ao combate à corrupção e ao repatriamento de capitais ilicitamente levados o exterior do país.
No comunicado final da primeira Assembleia Anual, a CEAST encorajou o Executivo a envolver, se necessário, as forças militares e militarizadas, autoridades tradicionais e movimentos de defesa do ambiente, na luta contra as queimadas, desflorestação, tráfico de madeira, garimpo ilegal de minérios e outros comportamentos nefastos à natureza e à economia.
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