Programa Kikuia suspenso por falta de verbas
COMÉRCIO. Programa Kikua, criado em 2014, destinava-se a alimentar famílias carenciadas. Está suspenso por falta de verbas. Ministério da Acção Social Família e Promoção da Mulher não tem planos para o retomar.
O ‘Programa Kikuia’, que previa entregar gratuitamente bens alimentares de primeira necessidade a estabelecimentos comerciais comunitários, foi suspenso e não há previsão para ser retomado.
A decisão foi confirmada pelo Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, que se justificou com a falta de verbas.
Iniciativa do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, o programa perspectivava abranger 90% das famílias vulneráveis. E cada cartão Kikuia teria uma dotação mensal de 10 mil kwnzas, sendo que a sua atribuição aos beneficiários ocorreria de forma gradual em todas as províncias.
O programa chegou a ser lançado em 2014, pela ex-ministra do Comércio, Rosa Pacavira. Foi posteriormente transferido para o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, que agora o suspende temporariamente.
Segundo cálculos do VALOR, só no primeiro mês para o arranque do projecto, o Estado gastaria 300 milhões de kwanzas, com as 30 mil mulheres beneficiárias que estavam contabilizadas no Bengo, Kwanza-Sul, Zaire e Lunda-Sul, das 40 mil previstas, maioritariamente da zona rural. Mas, em quatro anos de existência do programa, os cartões nunca foram carregados, por falta de verbas.
ALDEAMENTO AO ABANDONO
O Kikuia previa também a construção de aldeamento destinado a agricultores e familiares que beneficiariam do cartão. No Bengo, a construção das 100 residências do tipo T3 encontra-se paralisada há dois anos por falta de financiamento. Algumas até foram concluídas, mas 30% não estão habitadas, segundo confirmação do governo provincial.
Desde a data da paralisação das obras, as autoridades do Bengo não conhecem as razões pelas quais as casas não foram ocupadas até ao momento, por se tratar de um projecto do Governo central.
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