Que a sorte nos acompanhe e a Fitch Solutions esteja errada…
O recente relatório da consultora Fitch Solutions é um verdadeiro alerta vermelho para o furo da economia angolana. Caso se venham a confirmar as estimativas da consultora, os próximos anos serão de verdadeiros desafios. A produção petrolífera do país estará fixada em cerca de 762 mil barris/dia, até 2028, o que representaria uma queda de mais de 500 mil barris/dia em comparação aos níveis actuais que andam em cerca de 1,3 milhões de barris/dia.
Não está de parte, entretanto, a possibilidade de este estudo não se concretizar e dentro de oito anos os níveis de produção se manterem, mas será preciso, além de muito investimento e medidas acertadas, muita sorte. É que, em circunstâncias normais, apenas entre 2027 e 2028 se estaria a receber os primeiros barris de petróleos dos blocos ora licitados, mas, para isso, seria necessário que os resultados das pesquisas fossem positivos. Portanto, era necessária alguma ‘sorte’, esta que tinha de ser seguida de uma fase ousada e de forte investimento no desenvolvimento e produção.
Caso contrário, estariam as condições criadas para enormes dificuldades de tesouraria, sobretudo porque as estimativas sobre o futuro do preço do petróleo também não são favoráveis para os países altamente dependentes deste produto, como é o caso de Angola.
Restaria equilibrar as contas com os resultados da diversificação da economia, mas o presente deste processo também indicia que 2028 será cedo para grandes frutos, sobretudo porque algumas iniciativas neste sentido estavam a ser realizadas com fundos que agora devem ser devidamente justificados e, por isso, estão as condições criadas para serem interrompidas.
O que resta? O investimento estrangeiro fora do sector petrolífero. Investimento forte e sério, mas o ambiente de negócios ainda está distante de encorajar e estimular estes investimentos. Portanto, tudo que resta é esperar que a estimativa da Fitch Solutions venha a resultar em verdadeiro fracasso.
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