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Rede “sem crédito”

DÍVIDAS. A Rede Crédito Angola está com dificuldades de cumprir as promessas feitas no ano passado, alegadamente, devido à crise financeira. Do lado de quem pagou 10 mil kwanzas para ter acesso ao crédito ou emprego exige-se a devolução dos valores.

A Rede Crédito Angola, a mais nova instituição financeira não bancária, prometeu, no ano passado, conceder crédito a pessoas com espírito empreendedor e até emprego para, cobertura da rede de agências que viria a abrir, inicialmente em Luanda e mais tarde noutras províncias.

Para tal os interessados, quer do crédito quer do emprego, como primeira condição, tinham de depositar 10 mil kwanzas na conta da instituição, para terem acesso a uma formação sobre gestão de negócios.

Na altura da abertura da Rede Crédito Angola, a sua administradora Alexandrina Narciso referiu que o montante máximo de crédito era de seis mil dólares, tendo garantido que, apesar da crise, não teriam qualquer dificuldade porque o dinheiro viria dos seus parceiros de países externos, como o Canada e o Brasil, e que o mais importante era que os projectos fossem viáveis.

Dez meses depois, nenhuma promessa foi cumprida. As pessoas formadas para o emprego aguardam, mas sem horizonte de tempo e as que se candidataram ao crédito “desesperam”. Muitos dos candidatos procuram a instituição para exigir a devolução dos valores.

A administradora da empresa, Alexandrina Narciso, em declarações ao VE, reconhece o atraso, mas explica que, no caso do emprego, “só aqueles que tiveram aproveitamento na formação é que constam na sua lista de espera e esclarece que os 10 mil kwanzas foram entregues para a formação”. A responsável da Rede Crédito Angola lamenta o facto de no país “ nem sempre as coisas acontecem como o desejado” e a ideia de conceder financiamentos mantém-se. “Houve um primeiro passo que foi o pequeno financiamento a mulheres, agora estamos a trabalhar com os parceiros externos para que se comece atender os pedidos de projectos com valores acima dos cinco mil dólares”, garante.

Sobre as promessas de emprego, a gestora afirma que foram feitas, porque se previa a abertura de novas agências, e para tal os candidatos deveriam frequentar uma formação, pagando cerca de 10 mil kwanzas. “No fim da formação escolhem-se os mais habilitados para fazerem parte do pessoal da Rede Crédito Angola, temos uma base de dados dos mais habilitados, mas isso não se concretizou devido à desaceleração da economia”, justifica, lembrando que não é apenas a Rede crédito Angola que vive dificuldades, e pedindo “paciência” a quem tenha feito a formação, já que “o espírito que motivou a criação da instituição se mantém”.